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Crónica da Liberdade

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Ana Carina Paulino
23 de Abril de 2024

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Crónica da Liberdade

Hoje é Dia do Livro e dos Direitos de Autor e este dia 23 de abril foi escolhido pela UNESCO para celebrar também a tradição catalã do dia de São Jorge (padroeiro da Catalunha) que é o dia em que os enamorados trocam presentes: eles oferecem rosas vermelhas e elas oferecem livros. Para ajudar à festa, em toda a Catalunha a venda de livros neste dia é livre de impostos. Curiosamente, por cá há os escaparates das livrarias não têm tido um cenário muito diferente, ao fim e ao cabo daqui a dois dias celebramos o nosso dia do direito à liberdade, só que ao invés de rosas temos cravos, mas sempre vermelhos. Vermelhas são as rosas catalãs, da cor do sangue do dragão que São Jorge matou, segundo a lenda que deu origem à celebração catalã. Vermelhos são os nossos cravos, da cor do sangue que a nossa revolução não derramou, segundo a lenda que nos contam nas escolas. 

 

E é neste clima que escolho duas sugestões de leitura para hoje, dois livros sobre a liberdade de expressão que acarretam consigo o peso das consequências que se sofrem quando percebemos que, na realidade, os direitos não passam de conceitos. 

 

A primeira é o livro comemorativo dos 50 anos do jornal francês “Charlie Hebdo 50 ans de liberté d’expression” editado pela Les Echappés em 2020 (e a minha prenda de natal desse ano). Não é um livro para se ler, é um livro para se TER. Um livro que se agarra de vez em quando para devorar umas páginas. Nele se concentra não só a história deste que se tornou uma das vozes mais importantes da luta pela liberdade de expressão no mundo, mas também, a história do próprio mundo. É um livro que nos mostra a evolução da (falta de) liberdade até ao seu expoente máximo: não só o atentado à sua sede a 3 de janeiro de 2015, mas também a sua resposta ao lançar o número 1178, 11 dias depois. Uma onda de solidariedade inundou as redes sociais, de repente éramos todos Charlie – nas redes sociais, claro, a ostentar um lápis na mão para a fotografia, ou no cartoon que alguém desenhou. 

Mick Hume, jornalista e autor britânico, abre o seu livro “Trigger Warning – Is The Fear of Being Offensive Killing Free Speech?” publicado pela Harper Collins em Maio de 2015, explicando que este não é um livro sobre o atentado ao jornal francês, mas uma (in)feliz coincidência temporal. Inevitavelmente, o atentado torna-se uma pedra basilar ao longo do livro (acho eu, ainda só li um terço, mas do que li posso atestar sobre a veracidade do que acabei de escrever). Mick traz à luz ainda outro acontecimento que não saiu da escuridão dos média, logo no prólogo: a 14 de fevereiro de 2015* (sim, rosas vermelhas), cerca de um mês depois de Paris, é organizada em Copenhaga uma conferência para discutir a liberdade de expressão, especificamente relacionada com a blasfémia e, pouco depois de ter começado, e durante o discurso da ucraniana Inna Shevchenko, a bala de uma M95 atravessa o local e mata o realizador Dinamarquês Finn Noergaard. Talvez que Trigger Warning seja também uma boa sugestão de leitura nesta altura, porque é uma análise à liberdade de expressão “sem mas…” 

 

Sobre a minha segunda/terceira sugestão, eis “A Desobediente” de Patrícia Reis, uma biografia de Maria Teresa Horta, falarei depois em mais detalhe, não só porque tenho já partilhado – e continuarei a partilhar – excertos do livro, mas também porque ela é de importância extrema na história da minha própria liberdade – é graças a Teresinha que publico a série de contos eróticos Manhattan Project. Neste livro entramos na vida daquela que foi, provavelmente, a mulher escritora mais fustigada pelo regime de Salazar porque foi a pessoa mais livre que a literatura portuguesa conheceu até então – até hoje? Por ocasião da nova edição de “Ambas as Mãos sobre o Corpo”, Manuel Alegre escreve “Ora é minha convicção que só uma mulher poderia cantar assim o erotismo, nomeado o corpo como tu nomeias, desvendado o prazer como tu desvendas, às vezes quase como quem reza, porque o erotismo é também ascensão e espiritualidade.”

 

* Mick Hume data este acontecimento de 15 de fevereiro de 2015, mas de acordo com as minhas pesquisas em diversos órgãos de comunicação social de vários países, ele aconteceu num Sábado, 14 de fevereiro.

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