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João Fortuna sobre Millennium

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COFFEEPASTE
18 de Março de 2024

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João Fortuna sobre Millennium

A Galeria Espaço Exibicionista apresenta a terceira exposição individual do artista João Fortuna – Millennium – que pode ser visitada de até 13 de abril em Lisboa. Obras como ‘’Tecnocracia’’, ‘’Recording’’ ou "Loop" poderão ser vistas nesta exposição onde o artista nos coloca frente a frente com narrativas poéticas e provocativas de um Mundo e de uma sociedade à beira do colapso. João Fortuna é licenciado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e tem formação complementar nas áreas de Marcenaria, Embutidos e Talha, Desenho, Conservação e Restauro, Pintura e Gravura. Conversámos com o artista para saber mais sobre o seu percurso e sobre a exposição.


Quando é que as artes entram na tua vida?

As artes estiveram sempre presentes na minha vida graças aos meus pais, desde novo que me lembro de me levarem a museus, teatros e concertos, sempre fomos ‘’consumidores’’ de cultura e isso talvez tenha originado este ‘’bichinho’’ artístico. Só mais tarde tive coragem de dizer que queria ser artista plástico.

 

Fala-nos um pouco do teu percurso artístico

Sou licenciado em História da Arte e iniciei ainda um mestrado em museologia que acabaria por abandonar para me dedicar finalmente às práticas artísticas. Decidi então, durante um ano, criar o meu próprio curriculum e explorar algumas áreas que sempre me entusiasmaram como Marcenaria, Embutidos e Talha, Desenho, Conservação e Restauro, Pintura e Gravura. Depois de muitas experiências e tentativas falhadas, assino o meu primeiro quadro em 2017. Tinha finalmente encontrado aquilo que, realmente, queria fazer e apresentar ao Mundo.

 

Que inquietações criativas te movem atualmente?

As minhas inquietações criativas orbitam em torno das complexidades das relações sociais, urbanas e tecnológicas. Procuro explorar as tensões do quotidiano e refletir sobre a fragmentação da realidade em que vivemos. Mas, na verdade, as minhas inquietações hoje serão as mesmas de quando criei a minha primeira obra, penso que nada se alterou e algumas questões até se intensificaram.

 

Como caracterizas a tua arte?

Tento que as minhas obras comuniquem com quem as vê. Penso que não existe grande espaço no meu trabalho para narrativas conceptuais, uma vez que os temas abordados são sempre muito diretos e explícitos, obviamente que cada pessoa faz a sua própria interpretação daquilo que está a ver. Quero acreditar que tenho um corpo de trabalho que obriga o expectador a refletir e a pensar nos problemas, dos quais ele também faz parte, podendo também, ser parte da solução.

 

De que forma é que a tecnologia está presente no teu trabalho?

Hoje convivemos de forma profunda e desmedida com a tecnologia, os telemóveis são mais do que nunca uma continuidade do nosso braço, olhamos à nossa volta e vemos toda uma sociedade de cabeça posta nos pequenos ecrãs, cada um no seu pequeno mundo virtual. Seria incontornável não abordar e refletir sobre estes temas, até porque é algo transversal não só geograficamente como geracionalmente.

 

O que inspira a tua mais recente exposição, “Millennium”?

Nesta exposição, mais de que uma renovação dos temas abordados, tentei introduzir um novo material, que já há muito andava a experimentar, o cimento. O cimento é um material transversal na construção de qualquer cidade, é com ele que criamos a nosso ‘’habitat’’. Foi neste jogo, entre a fusão da matéria e do conteúdo, que criei esta exposição a que chamei ‘’Millenium’’, onde cada rachadura, cada cimento partido, cada fissura na matéria, nada mais é do que a nossa própria rutura social, económica e emocional. 

 

Faz-nos uma breve visita guiada pela exposição

Na exposição os visitantes são conduzidos para o meu mundo das colagens, onde a cidade é o cenário primordial, convidando o público a refletir sobre a sua própria condição. ‘’Recording’’, ‘’Tecnocracia’’ ou ‘’Loop’’ são algumas das obras que compõem MILLENNIUM, uma exposição onde a tridimensionalidade transcende o simples ato da colagem e no faz mergulhar na complexidade das relações sociais, urbanas e tecnológicas. Cada peça é uma síntese visual das tensões ocultas, que fazem parte do nosso quotidiano.


De que forma batizas as tuas peças?

As obras só recebem o seu nome depois de estarem totalmente terminadas. Os títulos são sempre um reflexo do tema e mensagem que abordo e, regra geral, são sempre simples e curtos; na verdade, não penso muito nessa questão, por norma os títulos saem-me de forma muito espontânea e orgânica. 

 

Como é que o teu trabalho convive com a pressa constante em que parecemos viver?

O meu trabalho procura desacelerar o olhar do espectador, convidando-o a parar e observar cada pormenor. Num mundo dominado pela pressa, a arte também pode servir como uma pausa para a contemplação e introspeção, para nos obrigar a desacelerar, nem que seja por aqueles breves minutos em que estamos frente a frente com a obra e, simplesmente, a mergulhar na dimensão do artista.

 

Qual deve ser o papel da arte num mundo cada vez mais complicado?

Acredito que a arte pode ser transformadora, não numa perspetiva demasiado otimista em que possa mudar o mundo. No entanto, penso que, de certa forma, pode mudar cada pessoa que a consome, seja um quadro, uma música ou um livro. Penso que o papel da arte num mundo tão complexo como o de hoje, deva ser o de provocar questionamentos, despertar consciências e promover a reflexão. A arte tem o poder de inspirar mudanças e oferecer novas perspetivas sobre o mundo que nos rodeia.

 

A tua expectativa relativamente ao futuro é positiva, ou nem por isso?

Gostava de dizer que sim, mas realmente acho que se aproximam tempos bastante conturbados e difíceis para a humanidade, para o mundo e para todas as espécies que habitam este pequeno ponto azul. Acho que é bastante ingénuo ver um futuro promissor quando os pilares do Mundo estão em falência profunda. Talvez, ingenuamente, continue a acreditar que ainda podemos mudar o rumo da história, temos todas as ferramentas e conhecimentos para criar algo melhor, para que as próximas gerações, também elas, possam pensar em futuro.

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