TUDO SOBRE A COMUNIDADE DAS ARTES

Ajuda-nos a manter a arte e a cultura acessíveis a todos - Apoia o Coffeepaste e faz parte desta transformação.

Ajuda-nos a manter a arte e a cultura acessíveis a todos - Apoia o Coffeepaste e faz parte desta transformação.

Selecione a area onde pretende pesquisar

Conteúdos

Classificados

Notícias

Workshops

Crítica

Entrevistas

A Arquitetura e o Desenho como peças de um Puzzle Criativo

Por

 

COFFEEPASTE
13 de Fevereiro de 2025

Partilhar

A Arquitetura e o Desenho como peças de um Puzzle Criativo

No próximo dia 20 de fevereiro, a Trienal de Arquitetura de Lisboa será palco de uma tertúlia singular que reúne duas perspetivas criativas complementares: a arquitetura e a ilustração. José Carlos Nunes de Oliveira, fundador do atelier NOARQ, e Gémeo Luís, ilustrador de vasta projeção nacional e internacional, partilham uma visão sobre o papel do desenho – na paisagem, nos objetos e na comunicação visual – e a forma como este se cruza com a construção do espaço e da identidade visual.


Nesta conversa, exploramos o percurso do NOARQ ao longo de mais de duas décadas, a evolução do atelier entre a resistência inicial e o reconhecimento internacional, e o modo como a relação entre território, objetos e arquitetura define a sua abordagem ao projeto. Ao lado de Nunes de Oliveira, Gémeo Luís reflete sobre a adaptabilidade da sua linguagem visual, a importância do diálogo nas colaborações criativas e a forma como diferentes contributos enriquecem um processo coletivo.


A tertúlia propõe-se discutir a metáfora do puzzle como representação da prática criativa, onde cada peça – seja um traço de desenho, um conceito arquitetónico ou um gesto gráfico – contribui para um todo maior. Como se conciliam visões distintas sem perder a singularidade de cada uma? De que forma a colaboração pode ser mais do que uma soma de partes, tornando-se uma multiplicação de ideias e possibilidades? E até que ponto o equilíbrio entre identidade e inovação desafia a coerência estética dos projetos?


Estas são algumas das questões que moldam esta conversa, num encontro que promete cruzar disciplinas e experiências, procurando novas formas de pensar a criação no território da arquitetura e do design.


O NOARQ tem 23 anos de história. Como é que o percurso do atelier evoluiu ao longo do tempo e de que forma o foco no desenho da paisagem e de objetos quotidianos influenciou a vossa abordagem à arquitetura?

José Carlos Nunes de Oliveira (JCNO): O NOARQ evoluiu lentamente, na forma e dimensão. Na essência, não me parece que a natureza do atelier se tenha alterado, ou até evoluído. Mantém-se a curiosidade, a dúvida e (estranhamente!) a ingenuidade. Nos dois primeiros terços da sua existência, bastante reduzido, o NOARQ era sobretudo um ato de resistência, uma teimosia minha, sem qualquer relevância pública. Refiro este longo período de (aparente) fraca performance, porque me dedicava na maioria do tempo ao atelier do Siza, mas também porque é a fase de fundação. A fundação de uma entidade - todos os formatos, todos procedimentos, toda organização tem de ser criada, todas as dúvidas, hesitações. É uma extensa experimentação.


Numa segunda fase, um pouco menos lenta, porque passei a dividir o tempo entre o Siza e o NOARQ, mas faltava a devoção exclusiva - independente, arrebatada pelos desafios individuais, só alcançada em 2017. A partir desta época pude dedicar-me a programas mais desafiantes e a aceleração foi crescente, sobretudo em visibilidade pública, fruto de sermos vencedores de concursos e distinções de arquitetura. A equipa mantém-se entre as 10 e as 12 pessoas, há vários anos, mantendo um interesse diversificado nos temas e escalas dos trabalhos. Dos objetos ao território. Os objetos, a arquitetura e a paisagem formam o mosaico da nossa existência inteligente. O respeito pela paisagem compromete a arquitetura. O desenho dos objetos é, essencialmente, comprometido pela educação.  Sobre a paisagem preocupamo-nos com temas como a integração; inserção.


Sobre os objetos o interesse é que nos integrem, que nos mimem, num prolongamento do espaço habitado.

 

A tua experiência abrange uma vasta gama de formatos, tanto a nível nacional como internacional. Como é que consegues adaptar a tua linguagem visual a diferentes contextos e projetos? 

Gémeo Luís: Quando alguém nos convida é porque conhece, e gosta, do nosso trabalho. Sabe como o trabalho é feito, sabe com o que conta. Quando convidam o Gémeo Luís, procuram um trabalho com marcas autorais, com marcas específicas. E sabem que há uma procura inquieta na compreensão do problema e na síntese. No trabalho, dou muita importância ao programa, à pergunta, às circunstâncias, às pessoas envolvidas. Para mim, é importante perceber as pessoas com quem estou envolvido, os parceiros, os clientes, os arquitetos. E também perceber se se trata de um trabalho autoral, minimal, expressivo… entre o Luís Mendonça e o Gémeo Luís há pontes e margens diversificadas, há múltiplas possibilidades de resposta, de ajuste dinâmico ao que os outros pretendem. De todas as formas, coloco o meu contributo ao serviço do problema que a parceria ou a equipa tem em mãos.

 

O tema desta tertúlia gira em torno da metáfora da peça de puzzle. Na vossa experiência, como é que cada contributo individual numa equipa pode enriquecer o resultado final de um projeto?

JCNO: Tal como refere - um projeto. Um projeto não é um ato espontâneo! Deriva do verbo, da ação de projetar. É um ato pensado, refletido e, dependendo da escala, debatido. Se estamos a falar de arquitetura então é forçoso. Cada um é parte deste mosaico formado por um conjunto, mais ou menos, alargado ou reduzido de peças. Em projeto, o contributo do outro, é uma evidência. Estranho é excluir e optar por tentar fazer um caminho peregrino, solitário em todas as dimensões, etapas, em todas reflexões. Parece-me um preocupante exercício de exibicionismo de habilidades pessoais, demonstrando um elevado desprezo pelas competências do que, ou quem, é complementar. A arquitetura participa em muitos planos de atuação, envolve diversos conhecimentos. A participação artística pode permitir transcender o esperado, o óbvio, o utilitário, a rigidez respondendo com informalidade, com a leveza, até com o escárnio da própria obra.

 

Gémeo Luís: Não se trata de uma subtração de um ao outro, e também é muito mais do que uma soma. Na verdade, é uma multiplicação. Multiplicam-se as ideias, as possibilidades, multiplicam-se as potencialidades, os efeitos. Com base na experiência e convicções de cada um, o diálogo torna-se fértil e disponível, cria-se um espaço concetual e prático generoso e ágil.


Agradeço os desafios que me são lançados, o interesse manifestado, o estímulo, a confiança, a compreensão, o respeito. Cada projeto é único, cada modo de trabalhar é também singular, embora haja denominadores comuns. As colaborações que fiz, por exemplo, com os arquitetos António Portugal ou com o João Santos no Mosteiro de Tibães, com o Nuno Valentim na Galeria da Biodiversidade, no Mercado do Bolhão ou nas residências Dehonianas, com a Paula Ribas numa série de projetos de moradias, nomeadamente na Casa da Lagartixa - também com Nuno Valentim -, com o gabinete Pitágoras, com o João Rapagão, em espaço público no Marco, e agora com o José Carlos com o projeto para a Panike... todas elas foram altamente desafiadoras e gratificantes.

 

Projetos como as Piscinas de Vila Garcia de Arousa ou a Ponte Ferreirinha mostram uma ligação forte entre arquitetura e contexto. Como se dá essa relação com o território no processo criativo do NOARQ?

JCNO: Julgo que sou, desde sempre sensível ao território, à paisagem, ao contexto, à topografia, à cidade, à natureza, enfim, à realidade que me envolve. O território é para mim matéria de interesse. Não em abstrato, não a o território mistificado - não tenho paciência para mistificações, mas a tangibilidade do tecido, nem sempre agradável, mas belo porque daí se extrai a verdade da sua construção. O desejo da arquitetura é também fazer parte deste  puzzle. É para mim o desafio é encontrar o devido enquadramento para a obra. Refletir sobre o cabimento de uma nova marca no território e a sua construção, como antes refletiu Heidegger na sua célebre conferência Construir Habitar Pensar.

 

No teu trabalho como ilustrador, já enfrentaste desafios relacionados com a “solidão intelectual” mencionada no tema da tertúlia? Como é que colaborações ou influências externas te ajudam a superar esses momentos?

Gémeo Luís: Trabalhar sozinho não é, para mim, um constrangimento. Acontece que me dá muito mais prazer trabalhar em parceria, em equipa. Num trabalho conjunto, há maior vivacidade, há muitas mais forças em jogo a todos os níveis. E há uma riqueza que emerge do encontro. Tenho também a convicção de que o coletivo é útil a um projeto. Acertar passo com distintas pessoas, na diferença e no contraponto,  torna a corrida muito mais desafiadora. E é uma corrida em que todo ganhamos. Estas questões transcendem o projeto, pois é também um conhecimento dos outros e uma relação com os outros que saem enriquecidos.


Independentemente do caminho específico que as coisas tomam, e também justamente por isso, pelas subtilezas, pelas particularidades, há um encontro que se enriquece minuto a minuto, pelo acesso ao universo do outro. E aqui há sempre tanto para descobrir.

 

Numa época em que a colaboração é tão valorizada, qual é o segredo para equilibrar a visão artística pessoal com o trabalho em equipa?

JCNO: Não tenho a certeza se a colaboração é valorizada, ou se colaboramos pela simples consciência de que sós estamos mal acompanhados.


Confesso que a minha colaboração com artistas é residual, lamentavelmente. Não obstante admiro a atividade de muitos artistas, alguns dos quais tenho prazer de ser amigo. Gosto de pensar e debater. Esqueço-me amiúde de o fazer, lastimavelmente, com quem admiro e gostaría de colaborar, ou convidar a colaborar. Convidei o Luís há pouco tempo para apropriar-se do vazio de uma obra porque senti que o espaço reclamava um terceiro elemento que desbloqueasse o silêncio e intermediasse o diálogo com o público. Julgo que não foi difícil, porque, para mim, o Luís era a peça do puzzle que faltava. O segredo talvez seja antes de mais a compatibilidade, a admiração pelo trabalho do outro. Outro talvez seja (após sermos tão autocríticos connosco), não nos levarmos demasiado a sério e darmos espaço ao outro.

 

Gémeo Luís: Digo muitas vezes aos estudantes: antigamente ia ouvir discos para casa dos amigos. As circunstâncias obrigavam a que ouvíssemos todos a mesma música, ao mesmo tempo, no mesmo lugar. Acontecia tudo ali, em direto… comentários, críticas, conversas, exaltações, reações entusiasmadas. Hoje, a família ou os amigos podem estar todos na mesma casa, mas a tendência é que cada um esteja no seu assunto. É compreensível, por razões que agora não importam. Não me considero saudosista, bem pelo contrário, mas tenho sempre saudades da ideia de um grupo à volta de uma coisa, com perguntas, imprevistos, pontos de vista, partilha de conhecimentos de diferentes áreas, discussões, contrastes. Por isso, no trabalho profissional, os contributos dos parceiros, dos clientes, têm-se revelado muito mais estimulantes… sinto mais adrenalina, tenho mais sensores ligados, estou mais atento aos contributos dos outros e mais alerta em relação aos meus, tenho a certeza de que estou mais vivo. 

 

Sendo o NOARQ um atelier que compete internacionalmente, como é que equilibram a identidade local com a necessidade de responder a contextos globais?

JCNO: Há três fatores que considero que moldam hoje a nossa forma se atuar perante os lugares: tempo, conhecimento e liberdade.  Estas três dimensões permitem relacionar o local e o global sempre coexistentes nas obras de arquitetura contemporânea.

- O conhecimento hoje não tem lugar. Por isso nos são aberrantes a propostas de retorno aos purismos, nacionalismos e outras formas encarceramento intelectual.

- A liberdade permite-nos viajar entre lugares.

- Por fim, o tempo que é hoje mais determinante que a distância.


De modo que o a aplicação do conhecimento ao lugar, a integração, já não pode ser local, mas, por opção ideológica, também não pode ser genérica (em oposição à Cidade genérica, de Koolhaas). Creio que o importante não é de onde chega o conhecimento, mas como responde a circunstâncias concretas de respeito pela geografia, pela meteorologia, pela sociologia, paisagem local… sendo que esse local pode ser um contexto internacional.


O mundo livre é, por isso, mais desafiante e a curiosidade impele-nos a responder. Este verão fizemos uma proposta de renovação de um mercado na Arménia.

 

Os teus trabalhos têm um cunho visual muito próprio. Existe algum momento em que a colaboração tenha desafiado ou transformado a tua identidade artística?

Gémeo Luís: A caligrafia de um autor não se lê de forma pontual ou imediata. Pelo contrário, tem de ser percebida em largura, em profundidade, na sua diversidade, coesão ou continuidade.


No trabalho, não há tempo a perder com vaidades, nunca nada está garantido, está sempre tudo à prova. Digo eu. E a pressa só deve ser apressada naquilo que importa, e não na manutenção de uma identidade para impressionar os outros. Embora tenha muito trabalho desenvolvido e muitas parcerias, talvez seja ainda cedo para ver uma caligrafia. Quero acreditar que esta leitura não se faz agora, mas daqui a uns anos. Cada desafio merece toda a atenção, toda a energia. Os processos têm a sua complexidade, são intensos, envolvem uma grande carga de pesquisa, de exploração, de adequação. Não há que ter medo da complexidade para chegar à síntese. Se evitamos a complexidade, estamos a fazer síntese de quê? A síntese pode ser mais ou menos marcada pela assinatura autoral mas nada disto deve, no meu entendar, passar ao lado do mais importante, o projeto, o programa, a problematização, a solução.

 

A metáfora do puzzle remete para a construção de um todo a partir de diferentes partes. Qual é, para vocês, o maior desafio na integração de múltiplas visões num único projeto

JCNO: O maior desafio da integração é o ajuste em si mesmo. Aceitamos a diferença, mas não nos encaixamos. Não é fácil partilhar. O puzzle pressupõe partilha, mas também preenchimento. Não só em forma, mas conteúdo. Desde logo tem de haver cumplicidade, nas subtilezas, não basta o respeito.


O ofício do arquiteto impõe a construção a partir de partes diferentes. Em projeto podemos escolher com quem trabalhar até um determinado nível: a complementaridade (até aqui é relativamente simples). Porém, não controlamos todo o processo. Num determinado momento (a obra) temos de soltar a mão e confiar a outros. Nada fácil!


Em projeto tenho muitas vezes partilhado de diferentes graus a autoria: em Vila Garcia de Arousa; em Vigo; na Ponte do Metro do Porto sobre o Douro; no concurso da Alta Velocidade; em Gyumri, na Arménia; com o Siza em Sintra… e noutros trabalhos menores de início de carreira, com designers, estilistas, publicitários, fotógrafos e agora com o Luís. As tertúlias são momentos bestiais. Muitas tem sido experiências entusiasmantes. Outras são momentos de sedução. Podem ser dececionantes. Tal como no puzzle, apesar de todas as características perecerem adequadas para o match, tanto a forma como os conteúdos, não encaixam, porque há subtilezas improváveis, insondáveis particularidades e incontornáveis incompatibilidades que com o tempo fazem desagregar o conjunto. O puzzle é e sempre foi uma construção bela, mas frágil.

 

Gémeo Luís: Num projeto partilhado, mais do que tolerância ao outro, considero que é necessário ter disponibilidade completa para atualizar inputs, trabalhar com e a partir deles, independentemente das voltas que as coisas possam dar no diálogo e na decisão entre as partes.


Para mim é muito importante trabalhar com pessoas que nunca ponham de parte a sua inteligência e sensibilidade na mais pequena ideia ou gesto. É uma entrega. Considero que é importante estar sintonizado pela diferença. Não procuro pessoas que estejam de acordo comigo, importa é que estejamos em sintonia. No trabalho partilhado, não basta emitir sinais fortes, é importante estar recetivo, para que se possam produzir novos ecos. Temos no centro um projeto, uma necessidade, um assunto; quanto mais pessoas houver em redor, mais pontos de vista são gerados, mais desdobramentos são possíveis, mais e melhor perceção temos daquilo que está no centro; seja no início, durante ou no fim de um projeto, é este o desenho que faço das coisas na minha cabeça.

 

Como é que lidam com o equilíbrio entre a necessidade de inovação e a preservação de uma coerência estética nos vossos trabalhos?

JCNO: A inovação é intrínseca ao ato criador. Na realidade não criamos nada, mas a inovação existe. Nenhuma inovação é totalmente inédita. A inovação é constante e reside nos detalhes, não é integral. Em arquitetura não existe absolutamente. A boa obra reinventa-se. Inova a partir de si mesma, porque é uma pesquisa constante. Constantes são também as dúvidas, as varáveis, os lugares da pesquisa que suscitam a inovação. Estas pesquisas a partir da obra, do desenho, do redesenho, são as obsessões do autor. Contudo e a propósito de partilha e contributos, em arquitetura somos mais permeáveis a outras mudanças… outras inovações. A  inovação informa a estética. No final a coerência não estética, cai o est e fica a ética. Esta deve ser coerência do arquiteto.

 

Gémeo Luís: Para mim, isso está a cargo do ecossistema. Há uma consciência do tempo em que vivemos mas ela é sensível a todas as coisas do dia a dia. Não posso dizer que me esforço para ser contemporâneo. Nem para manter uma coerência estética. A questão é outra. A minha perceção do mundo, das coisas, dos materiais, das ideias, vem de outras áreas. Conviver com o cinema, com a dança, com o teatro, com a poesia, com a evolução tecnológica, social, ambiental… tudo isto é coisa natural, está aí, para ser vivida. Depois é uma questão de estar atento, de meter mãos à obra, de traduzir, de transformar, de realizar, experimentar, testar, readequar… e tudo isto nos pode levar a renovar muita coisa. As boas opções de há dez anos atrás seriam, hoje, desadequadas. Vou colocando diferentes questões, vou tendo respostas diferentes, na consciência daquilo que me rodeia.


Foto: Registo do projecto Panike Headquarters, autoria NOARQ com intervenção de Gémeo Luís. © João Morgado 

Apoiar

Se quiseres apoiar o Coffeepaste, para continuarmos a fazer mais e melhor por ti e pela comunidade, vê como aqui.

Como apoiar

Se tiveres alguma questão, escreve-nos para info@coffeepaste.com

Segue-nos nas redes

A Arquitetura e o Desenho como peças de um Puzzle Criativo

Publicidade

Quer Publicitar no nosso site? preencha o formulário.

Preencher

Inscreve-te na mailing list e recebe todas as novidades do Coffeepaste!

Ao subscreveres, passarás a receber os anúncios mais recentes, informações sobre novos conteúdos editoriais, as nossas iniciativas e outras informações por email. O teu endereço nunca será partilhado.

Apoios

03 Lisboa

Copyright © 2022 CoffeePaste. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por

A Arquitetura e o Desenho como peças de um Puzzle Criativo
coffeepaste.com desenvolvido por Bondhabits. Agência de marketing digital e desenvolvimento de websites e desenvolvimento de apps mobile