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Ana Pinto Coelho e o Festival Mental

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COFFEEPASTE
16 de Maio de 2023

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Ana Pinto Coelho e o Festival Mental

Conversámos com Ana Pinto Coelho, curadora do Festival Mental, sobre vários aspectos da edição de 2023, que decorre até 27 de maio. Falou-se da missão do Festival, das suas várias secções, do seu público, da luta contra o preconceito, e de muito mais.


O Festival Mental tem, ao longo das suas edições, conseguido falar claro e claramente sobre saúde mental?

Certamente que sim. Em momento nenhum existiu alguma “distração” de fora a sugerir que fizéssemos desta ou daquela maneira. Todas as M-Talks e o M-debate são abertos a perguntas. Nenhum convidado tem instruções e nenhum filme ou espetáculo tem supervisão em termos de conteúdo para não falar claro ou para fazer de algum tema tabu.

Muito pelo contrário, em todas as vezes que achamos necessário ou importante pomos o dedo na ferida. Há filmes que incomodam? Há! Ser disruptivo é também uma opção no Mental. A começar pelo nome. Agora já, felizmente, muito mais aceite, mas quando começámos a trabalhar há 8 anos atrás o nosso nome “Mental” incomodou. Foi-nos sugerido mudar. Não mudámos e registámos. Sempre claro e claramente, ou seja, se há perguntas, façam! Este é o lugar da promoção da saúde mental em cruzamento com a cultura.


Quais as principais linhas programáticas da edição de 2023?

Os três temas desta edição são desporto, trabalho e demências. Exactamente por esta ordem.

Os filmes temáticos tiveram a curadoria do Dinis Costa e da Carolina Almeida e são absolutamente fantásticos.

Depois é importante sublinhar a nova “marca”que nasce no Festival Mental: o Mental Natura e o regresso do Mental Júnior. Estas atividades vão ser feitas fora de portas, ao ar livre e finalmente em contacto com a Naturaza, imprenscindível à boa saúde mental e psicológica, ao bem estar, ao sossego. Estas atividades são uma extensão do Mental para a Natureza, uma lógica que há muito vinhamos a tentar desenvolver. Começamos este ano no Parque das Conchas e dos Lilases, no Lumiar, com atividades de manhã para os pequeninos, à tarde para os mais velhos.

Enorme foco no M-Jovem, temáticas das M-Taks (Desporto, Trabalho, Demencias).

Parte da linha programátiva é o facto de ser a primeira vez que repetimos um tema nas M-Talks: “demências”. Deve-se ao facto de ser um dos problemas cuja melhoria não está a acontecer, ainda. É preciso voiltar a falar sobre isto.


Fala-nos um pouco do Mental Jovem

No M-Jovem destaco uma Mostra de Cinema  que irá acontecer pela primeira vez na “sala grande” do São Jorge. É com muito agrado que vemos esta estreia ser feita para o público jovem do Festival Mental! Um feito importante, será ver centenas de jovens a assistir a filmes sobre saúde mental em sala. Por escolha.

Este trabalho junto das escolas e colégios tem vindo a ser feito – não tão intensamente como gostaríamos, a equipa continua muito pequena, mas tenho a certeza de que com maior proactividade mesmo das próprias escolas o M-Jovem passará a ser um pilar do Festival Mental. Com filmes e conversas, com esclarecimento e partilha.

No Teatro teremos a peça Maré –Alta, da Unidade W+ da Santa Casa da Misericoórdia de Lisboa. Nova peça, novo espectaculo, sempre um ponto alto do Festival ano após ano o Teatro tem trazido salas cheias. A qualidade das peças, quer a nível cénico como dos actores, cada vez cresce mais e é natural que seja um sucesso. O seu trabalho é fantástico.

 

O que podemos esperar das M-Talks?

Desporto, trabalho e demências.

A ideia do desporto já tem uns dois anos, mas agora chega a altura certa. Ter nomes como Nuno Gomes (do futebol, representantando a alta competição no colectivo) e a Mariana Almeida (da patinagem artística, que representa a Alta competição individual) , o Dr Rui Correia, que vai ser capaz de nos explicar como o desporto pode ser também nocivo e um comportamento aditivo e o Pedro Almeida, justificando o oposto. Tudo reunido à volta de um filme que fala de Alta Competição de um transgénero – mais um tema a acrescentar a esta edição do Mental, de sobremaneira importante. Será muita matéria para uma M-Talk mas estaremos lá para ver! Tudo moderado pela jornalista Paula Cardoso.

Trabalho será moderado por Rui Alves de Sousa, da Antena 1. Druk, “Mais uma rodada” o filme temático e no painel teremos Miriam Pires dos Santos, Psicóloga, fundadora da Afropsi, a atriz Ana Padrão  Gaspar Ferreira, psicólogo e Carla Ribeirinho, assistente social: pois aqui um grupo que não irá falar novamente de burnout, mas certamente de alternativas ao cansaço ou aborrecimento no local laboral. Logo veremos!

Das demências, pois certamente o obvio será falado. Desde os cuidadores informais, unidades de cuidados continuados,o sentimento de inoperância das famílias, a recusa do doente e da doença. A problemática no seu geral, com o filme temático “O pai”, que convém rever depois de ouvir este painel. Será um revisitar o filme, desta vez informado, desta fez com outros olhos (para quem já o viu, claro), para quem não viu, tudo novo!


O que destacas do M-Cinema?

O M-Cinema também volta a ter um crescimento notável, quer em número de participações quer na qualidade e diversidade dos filmes que recebemos. Os seleccionadores, Rui Henrique Coimbra, Catarina Belo, Maria João Barros e Sérgio Viana referem que a Mostra deste ano será a melhor de sempre, dentro do registo dos filmes que nos chegam através da Filmfreeway. Este ano o filme que ganhou o programmer’s pick chega-nos da Estónia (lembro que no ano passado foi Portugal quem ganhou), “Prokhodiat Dny” – “Dias de Ausência” do realizador Ívar Erik Yeoman.  

No M-Debate o tema será a Inteligência Artificial e o painel estará muito bem preparado para receber as perguntas do público. A entrada para o M-Debate, como sempre, é livre e gratuita.


Como tem vindo a evoluir o público do festival?

É um público fiel, e certamente muito maior com maior ajuda da comuinicação social na sua divulgação desde o momento da Inauguração. Não é obviamente um tema fácil e falar dele sentado no sofá é muito mais fácil. E falar dele circunscrito à saúde, também.

No Festival Mental chamamos a cultura, o multidiscilinar, as formas de promover a saúde psicológica quer da parte do público como da parte dos intervenientes. É o circulo da Comunicação, da partilha. No Mental Jovem acredito que, tendo nós capacidade para ter uma equipa maior – nem que seja só mais um – que a diferença na próxima edição obrigaria a uma restruturação do Festival – que irá ser feita de toda a maneira porque há vários projetos que jás esperam há tempo de mais na gaveta!  Tudo a ver com maior interação com o público, inclusive espalhar mais o Mental ao longo do ano, não só o mental Itinerante, por várias cidades, mas o Mental por LIsboa.


A luta contra o preconceito ainda dura?

E de que maneira! Sobretudo se te viras para os homens, para as desigualdades de raça, género, o que seja. Mas a luta deve ser feita globalmente ou seja, não acredites se te disserem que é só aqui. Não é e há pior.

A luta deve ser feita em conjunto. Daí também esta preocupação da internacionalização do Festival Mental, atualmente envolvido em mais dois consorcios europeus com festivais congéneres. É que aprendemos uns com os outros e rapidamente percebemos que lidamos com o mesmo tipo de preconceito.

Os nossos parceiros são gregos, italianos, espanhois, italianos e dinamarqueses, no contexto destes dois projectos europeus. Só para dar um exemplo. E todos têm as mesmas queixas. Respostas diferentes sei que existem no Reuno Unido, também por exemplo. E o investimento na PROMOÇÃO e PREVENÇÃO da saúde mental através da cultura, nas suas mais diversas manifestações, não nos têm deixado ficar nada mal nesta fotografia europeia. Pelo contrário. Claro, que o Festival Mental tem o coração no Cinema – e aí é o unico – mas tudo o resto aponta claramente para a continuação da luta, moral e activa, contra o preconceito. É o que nos move, de coração, pensamento e ajuda científica. Sempre exigindo a qualidade. Sempre a dar o nosso melhor.


A razão de ser do festival não vai desaparecer tão cedo, pois não?

Pela resposta acima, claro que não.

Pode é haver da nossa parte, a certa altura o enorme cansaço que por vezes nos assola. Trabalhamos em condições inacreditáveis todo o ano. E quando sabes por onde devias ir e não consegues, ou perdes mais de metade do teu tempo a bater a portas e a caminhar pela burocracia, num país onde te procuram magoar se fazes bem feito ao invés de dar a mão e fazer melhor e maior, a resiliência e o amor ao Festival tem que ser sempre maior do que tudo isso. Valha-nos termos parceiros sólidos, que por aqui andam connosco há anos e anos. Valem tudo. É sempre um enorme orgulho estar numa inauguração do Festival Mental. Em lugar nenhum sinto uma vibe tão poisitiva, uma energia tão bonita. São eles, graças a eles que também continuamos.

Mas a luta para fazer isto  não tem palavras adequadas. Como, acredito, tantos outros projecto por aí, festivais, filmes, músicos...tanta coisa!

 

Como te estás a sentir?

Muito feliz Pedro. Por estar a falar contigo!

Tudo de bom para o incrivel CoffeePaste, que atentamente sigo todo o ano.

Grata!

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