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Asger Jorn

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Leonel Moura
1 de Outubro de 2024

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Asger Jorn

Asger Jorn nasceu em 1914, em Vejrum na Dinamarca. Foi um pintor relevante, membro do movimento Cobra, um teórico com vasta obra de que se destaca “Pour fa forme” de 1958, um ativista político incontornável, sobretudo na Internacional Situacionista (IS), mas igualmente influente no movimento operário dinamarquês.


Asger Jorn, 1948

 

É Asger Jorn que dá o Co ao nome Cobra (COpenhague, BRuxelas, Amsterdão). Mas a sua influência no movimento vai muito para lá desta curiosidade. Artista teórico é decisivo na definição da filosofia do grupo de que foi fundador. Defendendo a espontaneidade contra a academia e a cultura burguesa dominante. Para Jorn a arte não devia ser uma atividade individualista e elitista, mas um processo colaborativo e coletivo. O que se refletiu em muitas obras do movimento Cobra realizadas por vários artistas.


O movimento durou pouco, 1948 a 1951. De seguida, Jorn funda o “Instituto Escandinavo de Vandalismo Comparado”, uma organização subversiva que desafia as normas da arte e da sociedade, promovendo uma arte anticonvencional.

 

Guy Debord, Michele Bernstein e Asger Jorn

 

Mas é no seu papel na IS que Asger Jorn se torna num dos artistas mais importantes do século 20. Porque define a arte não já e só como produção de uma obra individual, por mais interessante que seja, mas como uma ação coletiva para mudar o mundo.


Jorn não via a arte como uma simples forma de expressão pessoal, mas como um mecanismo subversivo de transformação social. Nesse sentido, ele está na origem da postura radical da IS, nos fundamentos da sua ação em particular na fase inicial e, mais tarde, no maio de 68.


Um dos conceitos-chave da IS que Asger Jorn ajudou a desenvolver, foi o “détournement” ou desvio. Este método consistia em subverter as formas dominantes da cultura, reaproveitando-as de maneira irónica ou crítica, tal como Jorn fez na série "Modificações". Por exemplo, ao "desviar" um objeto de arte de baixo valor cultural, como uma pintura banal ou kitsch e transformá-lo numa obra socialmente crítica. O desvio permite reverter a produção convencional, nas artes, na publicidade ou na política e transformar a cultura de massas num instrumento de resistência política e crítica social. Esta técnica, foi aplicada no movimento punk e é hoje corrente em praticamente todas as áreas da criatividade.


Outro aspeto importante do pensamento de Jorn, em sintonia com os situacionistas, foi a sua crítica ao urbanismo moderno. Jorn, junto com outros membros da IS, como Constant e Guy Debord, acreditava que as cidades modernas, planeadas de acordo com os interesses do capital, criavam ambientes alienantes e desumanizadores. A solução seria a criação de espaços urbanos lúdicos e criativos, onde as pessoas pudessem interagir livremente e experimentar a vida de forma mais espontânea.

 

Urbanismo Unitário

 

Este ideal influenciou a ideia do Urbanismo Unitário. Jorn, embora mais focado na pintura e teoria estética, esteve envolvido neste debate, defendendo que as cidades deveriam ser reconstruídas com base em princípios de liberdade e criatividade, não de eficiência e produtividade capitalista.


Asger Jorn foi efetivamente um dos artistas mais radicais do século 20, tanto pelo seu trabalho artístico como pela sua atuação social e política. A sua obra desconstrói as noções tradicionais de arte e cultura, enquanto o seu envolvimento com a Internacional Situacionista reflete o seu desejo de transformar a sociedade através de uma fusão entre a criação estética e a revolução política. Jorn acreditava profundamente que a arte deveria ser um meio de libertação, e a sua participação na IS reflete essa crença, tanto na crítica ao espetáculo e à alienação quanto na proposta de uma vida mais livre e criativa.


A cada dia 1 do mês, publicamos um texto de Leonel Moura sobre um artista das artes visuais que o autor considera ser dos mais inovadores do século 20, mas praticamente desconhecidos, não só do grande público, como do próprio meio artístico.

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