Hoje conversamos com Catarina Vaz Pinto, Vereadora para a Cultura da Câmara Municipal de Lisboa. Entre outros assuntos, destacou-nos as principais medidas do seu mandato, a acção da EGEAC, a relação com as estruturas criativas locais, com o poder central, e deixou-nos algumas sugestões culturais.
Quais as principais medidas que destaca do seu mandato?Mais do que medidas, destaco linhas de acção: o trabalho desenvolvido na reorganização da acção cultural municipal, através da sistematização das competências e equipamentos sob a alçada da Direcção Municipal de Cultura (DMC) e da EGEAC, o trabalho de pensamento e redefinição ao nível dos Museus, de que a proposta polinucleada do Museu de Lisboa é exemplo, os apoios aos agentes culturais, o trabalho na rede de bibliotecas, para que estas respondam aos desafios do séc XXI, em que destaco a Biblioteca de Marvila como projecto emblemático. Destaco ainda o projecto Polo Cultural Gaivotas Boavista, que vem dar resposta à necessidade constantemente reafirmada de espaços de trabalho e de ensaio para estruturas e agentes. Este projecto terá como próximo passo a constituição de um espaço de apoio ao artista e aos agentes culturais. Aí será prestado apoio de vária natureza: jurídico, de empregabilidade, burocrático.
Como avalia o papel da EGEAC na dinamização cultural da cidade?A EGEAC é um valioso ‘braço’ da acção municipal na cidade. As características de uma empresa municipal permitem uma maior ligeireza e facilidade de acção. Esta característica está sem dúvida presente no trabalho de sistematização de competências entre a EGEAC e a DMC acima referido.
Está saudável a relação do Município com as diversas estruturas criativas locais?Sim, está. Existe espaço de diálogo, existe uma constante auscultação daquilo que são as necessidades e as problemáticas do sector. O projecto do gabinete de apoio que referia resulta, em parte, dessa auscultação.
Como se processa a articulação com o Poder Central?As competências de um e de outro são distintas, contudo, estando perante a capital existem diversos pontos de contacto que ora são de subsidiariedade, ora são de parceria.
Qual o maior desafio do seu cargo?Ser capaz de entender a diversidade intrínseca do sector cultural e dar as respostas mais adequadas à singularidade de cada projecto.
Deixe-nos uma sugestão de um roteiro cultural de um dia em Lisboa.Em qualquer altura, subir do Campo das Cebolas ao Castelo, visitando o Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos, o Museu de Santo António, o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, o Museu do Teatro Romano, terminando no Castelo de São Jorge com as suas maravilhosas vistas sobre Lisboa. Por estes dias e em breve, visitar as exposições patentes no Atelier Museu Júlio Pomar, Museu do Aljube e, a partir de 22 de Abril, a exposição do MUDE no âmbito da Capital Ibero-americana de Cultura no Palácio Calheta (no Jardim Botânico Tropical).