Conversámos com Daniel Ribas, director artístico do festival PORTO/POST/DOC, cuja quinta edição acontece de 24 de novembro a 2 de dezembro na cidade do Porto. Falou-se das edições anteriores, dos destaques e temas desta edição, e do cinema português.
Que balanço fazes das edições anteriores do Porto/Post/Doc?Desde que o festival foi criado, há quatro edições atrás, conseguimos, por um lado, colocar o Porto/Post/Doc no circuito internacional de festivais de cinema; e, por outro, conseguimos fazer com que durante uma semana, a cidade do Porto viva intensamente o cinema, nas suas diferentes variantes, e para diversos públicos. Aos poucos, o festival cresceu: em público, em convidados internacionais, na sua qualidade e diversidade de programação.
Em que locais estarão presentes?O festival tem duas casas importantes que estão separadas por uma rua: o Cinema Passos Manuel e o Teatro Municipal do Porto – Rivoli. Este ano, vamos também chegar ao Cinema Trindade, que partilha connosco uma programação arriscada e cinéfila.
Quais as principais temáticas abordadas na programação?Este ano, um tema domina o festival: as “Ficções do Real”. Queremos com este tema mostrar que a ficção é também uma forma de construir o real. Neste contexto, iremos ter uma retrospectiva integral do casal António Reis e Margarida Cordeiro, cuja obra é fundamental para entender o cinema português, mas também uma comunidade – Trás-os-Montes – que os seus filmes retratam. Muitos outros filmes, espalhados pelas diferentes secções, trabalham esta relação entre o real e a ficção.
O que destacas da edição de 2018 do festival?É difícil fazer um destaque. A nossa programação é vasta, por isso temos filmes para todos os públicos. Ainda assim, destacaríamos a nossa Competição Internacional, composta por 14 filmes em estreia nacional, que representam o melhor do cinema contemporâneo. O futuro do cinema passa por aqui. Para além disso, destacamos alguns filmes especiais: Kaiser, the Greatest Footballer Never to Play Football, um retrato humano de uma personagem tão incrível que nem parece real; Sign “o” The Times, um concerto de Prince, agora recuperado, e que mostra o artista na sua melhor forma.
O contingente luso está bem representado?O cinema português é para nós peça fundamental na nossa programação. Para além de uma secção própria – o Cinema Falado, na qual exibimos alguns dos melhores filmes do ano –, temos dois filmes na competição internacional (um dos quais Hálito Azul, de Rodrigo Areias, em ante-estreia mundial), e outros na nossa secção dedicada à música, com documentários sobre bandas como os Pop Dell’Arte e os Paus.
Quais as actividades paralelas deste ano?Destacamos, em especial, o nosso Projecto Educativo, o School Trip. Teremos duas sessões família, no primeiro fim de semana (com bilhetes especiais para famílias); assim como diversas sessões para escolas. O nosso projecto educativo é peça central na construção do nosso público do futuro.
Como vai o cinema em Portugal?O cinema português tem tido uma visibilidade internacional muito boa. Quase todas as semanas recebemos notícias de prémios ou de presenças em grandes festivais internacionais. Por isso, o cinema português está vivo, sendo caracterizado por uma multiplicidade de vozes e de estilos impressionante.
Mais sobre o festival em https://www.portopostdoc.com/