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David Lynch, ícone do cinema, morre aos 78 anos

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COFFEEPASTE
16 de Janeiro de 2025

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David Lynch, ícone do cinema, morre aos 78 anos

O mundo do cinema despede-se hoje de David Lynch, cineasta norte-americano responsável por obras-primas como "Veludo Azul" e "Um Coração Selvagem", que faleceu aos 78 anos. A notícia foi confirmada pela família através de uma publicação na página oficial do realizador no Facebook.


"É com profundo pesar que nós, a sua família, anunciamos a morte do homem e do artista David Lynch", lê-se na mensagem, publicada às 18:00 (hora de Lisboa). A família apelou ainda à privacidade neste momento difícil. "Há um grande vazio no mundo agora que ele já não está entre nós. Mas, como ele diria, 'mantém os olhos no donut e não no buraco'", concluiu a nota.


Nascido a 20 de janeiro de 1946, em Missoula, Montana, Lynch revelou desde cedo um talento para as artes visuais, que o levou a estudar na Academia de Belas Artes da Pensilvânia. O seu percurso artístico começou com curtas-metragens, mas rapidamente se destacou pela abordagem única e pelo estilo inconfundível que se viria a consolidar em filmes como "Eraserhead" (1977) e "O Homem Elefante" (1980). Este último marcou a sua primeira grande projeção internacional, mantendo, no entanto, uma postura independente face aos padrões comerciais de Hollywood.


Lynch foi também um inovador em televisão, com a série "Twin Peaks" (1990-1991), que se tornou um fenómeno cultural ao explorar o mistério em torno da morte de Laura Palmer. Outros marcos da sua filmografia incluem "Duna" (1984), "Veludo Azul" (1986), "Lost Highway: Estrada Perdida" (1997) e "Mulholland Drive" (2001), considerada por muitos críticos a sua obra-prima. A sua última longa-metragem, "Inland Empire", foi lançada em 2006.


David Lynch foi amplamente reconhecido pelo seu trabalho, recebendo a Palma de Ouro em Cannes em 1990 por "Um Coração Selvagem", o prémio de Melhor Realizador no mesmo festival em 2001 por "Mulholland Drive" e o Leão de Ouro de carreira no Festival de Veneza em 2006. Apesar de nunca ter vencido um Óscar, foi nomeado por três dos seus filmes e recebeu, em 2019, um Óscar honorário pelo conjunto da sua obra.


O crítico J. Hoberman, do New York Times, sublinha que o termo "Lynchiano" se tornou um adjetivo para descrever o seu estilo inconfundível, caracterizado por uma fusão de imagens oníricas, narrativas perturbadoras e um design sonoro meticuloso. Lynch influenciou gerações de cineastas e artistas, cruzando as fronteiras entre o cinema, a música, a pintura e a fotografia.


Em 2007, David Lynch foi homenageado na primeira edição do Lisbon & Estoril Film Festival, onde esteve presente para uma retrospetiva da sua obra. Na ocasião, realizou uma conferência sobre meditação transcendental, prática que adotou nos anos 1970 e que, segundo o próprio, o ajudou a ultrapassar emoções negativas e a desbloquear a criatividade.


Atualmente, a Casa do Cinema de Coimbra exibe um ciclo dedicado à sua obra, com sessões programadas até 23 de janeiro.


No último ano, Lynch revelou publicamente que sofria de enfisema, uma condição que o afastou dos projetos cinematográficos. A sua derradeira aparição no cinema foi como ator, no filme "The Fabelmans", de Steven Spielberg, onde interpretou o lendário realizador John Ford.


David Lynch deixa um legado inigualável no cinema e nas artes, inspirando gerações com a sua visão única e desafiando constantemente as convenções narrativas e estéticas. Como a sua família recorda, "está um dia lindo, com sol dourado e céu azul por todo o lado" – uma despedida poética para um artista que mudou a forma como vemos o mundo.


Notícia atualizada às 20h58


Foto: © Josh Telles

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