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A série britânica Adolescência, que aborda a influência dos conteúdos misóginos no ambiente digital, será exibida nas escolas e liceus do Reino Unido, numa iniciativa promovida pelo governo britânico. A decisão foi anunciada hoje pelo primeiro-ministro Keir Starmer, que salientou a importância de levar o debate sobre o tema ao maior número possível de jovens.
"É uma iniciativa importante para incentivar o maior número possível de alunos a assistir a este programa", afirmou Starmer, que assistiu à série com os seus filhos adolescentes. A Netflix vai disponibilizar gratuitamente a minissérie às escolas, de forma a promover a reflexão e combater a propagação de discursos de ódio e misoginia entre os jovens.
Lançada há apenas duas semanas, Adolescência tornou-se um fenómeno global, ocupando o primeiro lugar no ranking da Netflix a nível mundial. Até 25 de março, mais de 66,3 milhões de espectadores tinham já assistido à série, segundo dados da plataforma de streaming.
Com apenas quatro episódios, a produção retrata a história de Jamie Miller, um adolescente de 13 anos acusado da morte de uma rapariga, abordando a influência de grupos misóginos online, especialmente a comunidade incel (celibatários involuntários). Inspirada em casos reais ocorridos no Reino Unido, a série tem gerado um amplo debate sobre os riscos da radicalização juvenil no meio digital.
O primeiro-ministro britânico reforçou a relevância do tema, alertando para os "perigos da radicalização online". Durante um encontro com os criadores da série, associações e adolescentes em Downing Street, Starmer sublinhou que "parece que todo o país está a falar de Adolescência, e não apenas este país (...), tal é o impacto desta série".
Jack Thorne, argumentista e co-criador da minissérie, expressou satisfação pelo seu impacto. "Poder exibi-la nas escolas supera todas as nossas expectativas", afirmou. O ator Stephen Graham, que interpreta o pai de Jamie, também destacou o carácter socialmente relevante da obra.
Esta iniciativa surge num contexto de reforço da legislação sobre segurança digital no Reino Unido. Em 2023, o país aprovou uma lei que obriga as plataformas a remover conteúdos ilegais, incluindo materiais de cariz pornográfico. A partir do verão, as redes sociais terão de reforçar os seus mecanismos de controlo para evitar a exposição dos jovens a conteúdos misóginos, violentos ou de incitação ao ódio.
O impacto do tema também tem sido sentido fora do Reino Unido. Em Portugal, a psicóloga Tânia Gaspar alertou para a regressão no respeito pelos direitos das mulheres e para a vulnerabilidade das raparigas perante discursos misóginos. "Os pediatras sentem que as raparigas estão a ser mais manipuladas e criticadas pelos rapazes devido à sua aparência, sem saberem defender-se", afirmou.
A especialista acrescentou que o fenómeno descrito em Adolescência não a surpreende, pois psicólogos há muito tempo que alertam para estas questões. "Não é fácil acompanhar todas estas questões que envolvem o digital e as redes sociais", reconheceu a presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), sublinhando a necessidade de mais apoio para a comunidade educativa e um maior investimento na literacia digital dos pais.
Com a crescente atenção ao impacto dos conteúdos digitais na formação dos jovens, Adolescência surge como um ponto de partida para um debate essencial sobre misoginia e segurança online, num mundo cada vez mais influenciado pelo ambiente digital.
Foto: © Netflix
Notícia adaptada. Fonte: LUSA
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