Retrospetiva de William Klein na Cinemateca e exposição no MAAT celebram legado do artista

Lisboa será palco de uma homenagem abrangente ao multifacetado artista norte-americano William Klein, com a Cinemateca Portuguesa a inaugurar este sábado, 6 de janeiro, uma retrospetiva dedicada à sua obra cinematográfica, em paralelo à exposição “O mundo inteiro é um palco”, patente no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT).

A retrospetiva “William Klein à luz do cinema” abre com “Broadway by Light” (1958), a primeira curta-metragem do artista, descrita como o “primeiro filme-ensaio sobre a cor e a luz nova-iorquinas”, filmado em Times Square, Nova Iorque, com a colaboração dos cineastas Alain Resnais e Chris Marker. Este ciclo, que se prolongará por janeiro, contempla quinze obras realizadas entre os anos 1950 e 1990, destacando o olhar incisivo e criativo de Klein sobre o mundo.

Entre os filmes apresentados, encontram-se títulos marcantes como “Qui êtes-vous, Polly Maggoo?” (1966), uma sátira ao universo da moda parisiense, e “Muhammad Ali The Greatest” (1969), um retrato documental do pugilista Cassius Clay. A retrospetiva encerra com “Messiah” (1999), uma celebração musical da obra de George Frideric Handel.

De acordo com a Cinemateca, William Klein foi um artista “politicamente atento” e um inovador do cinema documental, com uma abordagem vibrante e direta, bem como da ficção, onde explorou narrativas ousadas e provocadoras. Além do cinema, Klein destacou-se como um dos fotógrafos mais relevantes do pós-guerra, abordando temas como a reportagem e a moda, e como um criador multifacetado que transitou entre fotografia, arte abstrata, cinema, escrita e design.

Complementando o programa cinematográfico, a exposição no MAAT, patente até fevereiro, reúne cerca de 200 obras de Klein, sendo a primeira mostra antológica na Europa após a sua morte, em 2022, em Paris, aos 96 anos. A exposição percorre as várias vertentes da carreira do artista, com destaque para a fotografia, que revolucionou com o seu estilo arrojado e enérgico.

Foto: Broadway by Light (1958)