Romain Beltrão Teule: Dobrar palavras, gestos e realidades

De 28 de novembro a 7 de dezembro, o Teatro São Luiz recebe Dobra, uma performance-palestra concebida e apresentada por Romain Beltrão Teule. Nesta obra singular, o autor explora os múltiplos significados do ato de “dobrar” - seja como técnica de tradução, gesto plástico ou metáfora política. Através de uma narrativa que começa com uma viagem e a inquietante presença de um doppelganger, Dobra desafia as fronteiras entre realidade e ficção, entre palavras e gestos, transformando histórias em dança e ideias em movimento.

Na performance, Romain investiga como a manipulação - desde a tradução de uma voz até à duplicação de identidades - pode falsear a realidade e suscitar novas interpretações. “Dobrar uma voz é um ato político”, afirma, sublinhando como a substituição de uma voz original por outra pode redefinir significados e tomar o poder.

Nesta entrevista, Romain Beltrão Teule partilha os conceitos que sustentam a criação de Dobra. Falamos sobre as múltiplas camadas do espetáculo, o seu formato híbrido de performance-conferência e o papel do público na obra. Exploramos ainda a sua relação com a linguagem, a arte e a ideia de dobrar como forma de subverter, reimaginar e dar novos sentidos.