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O festival SQUARE surge como uma iniciativa ousada e inovadora no panorama cultural, originada no contexto da candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura 2027.
Inspirado pelo desafio de criar um evento musical que envolvesse as cidades de Braga, Barcelos, Famalicão e Guimarães - área da iniciativa Quadrilátero -, o festival propõe-se a conectar territórios, explorar novas sonoridades e abrir oportunidades para os profissionais da música e o público em geral.
Nesta entrevista, Márcio Laranjeira, da direção do festival, fala sobre as origens do SQUARE, os seus objetivos, os desafios da sua organização e o impacto esperado para a região. Além disso, revela como o conceito de “Margem” e o foco nos continentes banhados pelo Atlântico moldaram a programação e as parcerias do evento, destacando uma curadoria que combina tradição, experimentação e diversidade cultural.
O que inspirou a criação do SQUARE e como é que a ideia do festival foi desenvolvida?
O Square parte de um desafio da comissão de candidatura de Braga a capital Europeia da Cultura 2027 para o desenvolvimento que respondesse a duas premissas: o nome - Square - e o âmbito, tinha de ser um evento de música que trabalhasse a zona abrangida pela associação Quadrilátero, que envolve Braga, Barcelos, Famalicão e Guimarães. Com base nisto, a Lovers & Lollypops pensou sobre o que poderia adicionar ao panorama nacional de festivais, já com imensa e muito variada oferta, e que pudesse deixar também um lastro no território. Tendo em conta que é uma região onde existe imensa produção musical, pareceu-nos que era o território perfeito para criar um evento que unisse a parte profissional de conferências. Com isso abrindo novas possibilidades e contactos a quem mora cá. E também uma vertente de música ao vivo, aberta ao público mais geral, que explorasse os vários equipamentos da região.
Sentimos também que deveria haver algo que delimitasse a área de ação e daí nasce o tag Mapping the Atlantic, que coloca a programação a olhar para os continentes banhados pelo Atlântico.
Quais são os principais objetivos do SQUARE 2025 e o que o torna diferente de outros festivais no cenário musical?
Podemos dividir isto em dois grandes objetivos. Na vertente profissional acreditamos que as ferramentas e os contactos que o painel de conferências abre ajudará ao desenvolvimento da profissionalização e ao crescimento do setor cultural. Paralelamente, gostávamos que estes debates trouxessem algumas ideias sobre como fixar os agentes criativos no território.
Por outro lado, há o evento de música em que o objetivo é que as pessoas descubram música nova, entusiasmante.
Como é que o evento se conecta com o tema da "Margem" e por que foi escolhido como foco da conferência paralela ao festival?
É uma ideia que nasce das características do próprio território, algures entre os grandes centros urbanos e os espaços mais periféricos. Importa aqui também notar que a conferência pretende refletir sobre os diferentes sentidos que a margem pode ter: a geográfica, a financeira, a social, assim como as diferentes possibilidades e especificidades que a mesma tem. Seja como foco de diferenciação ou como limitação.
Qual foi o processo de curadoria para selecionar os 50 artistas de várias partes do mundo?
Dos 50 artistas selecionados, 25 são artistas sugeridos por um número igual de parceiros de programação. sediados nos continentes abrangidos pelo Âmbito temático do Square (Atlântico). São estes um conjunto de estruturas que entendemos como sendo plataformas de divulgação e de desenvolvimento de música nova. É uma lista vasta que vai desde o FMM Sines, ao galego Sinsal, o inglês Café OTO, o hub criativo Basilica Hudson, a promotora e editora Nyege Nyege, entre outros. Os restantes foram seleccionados a partir de uma open call que recebeu mais de 1000 candidaturas oriundas destes três continentes. O trabalho depois foi o de alinhar a escolha com o objetivo do evento que é o de garantir a maior diversidade possível.
O SQUARE 2025 faz parte da programação da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura. Quais são os desafios e as oportunidades de integrar o festival neste contexto cultural?
O Square estar integrado num evento desta dimensão tem claramente vantagens de posicionamento e traz-nos a possibilidade de interagirmos de forma muito interessante com todas as estruturas que integram esta programação.
Como é que o festival vai equilibrar a fusão de abordagens musicais tradicionais e experimentais na sua programação?
O equilíbrio do programa vem muito da forma como consumimos música e como temos vindo também a programar outros eventos. É muito normal uma pessoa passar de estar a ouvir Metallica para ir ver Rosalía e acabar a noite numa festa de hard techno. Esta diversidade é muito a forma como acreditamos que a música deve ser apresentada. Naturalmente, uma coisas vão agradar mais a umas pessoas e outras a outras.
A isto junta-se ainda a preocupação de escolher um espaço que possa fazer a proposta do artista crescer e haver essa simbiose entre quem está em palco e o lugar.
Quais são algumas das novas propostas musicais ou artistas emergentes que o público poderá conhecer no festival?
Destacando um por dia. A 29 aponto para os comfort, um duo incrível de Glasgow. A 30, Julian Mayorga da Colômbia que tem um trabalho super interessante. A 31, um artista que acreditamos vai ser um dos nomes de futuro da música portuguesa: Fidju Kitxora. No último dia, destaco o concerto que tocará na sala principal do Theatro Circo, Asmâa Hamzaoui & Bnat Timbouktou, um grupo de música gnaoua que tem uma proposta muito especial.
Destaco ainda que o cartaz conseguiu segurar um número muito significativo de projetos que trabalham e residem no território, como os Unsafe Space Garden, os Quadra ou a Isa Leen.
O SQUARE 2025 aposta também em parcerias com agentes locais, nacionais e internacionais. Como é que essas parcerias influenciam a criação e o desenvolvimento do festival?
O impacto é direto porque metade da programação foi escolhida por eles. Todas elas tiveram carta branca para escolher um artista, porque somos fãs do trabalho deles, e a verdade é que todas compreenderam bem o que se pretendia com o Square, trazendo uma camada de propostas que enriqueceu muito o programa.
Por outro lado o facto da programação ter resultado destas sinergias e de uma open call houve também do nosso lado um processo grande de descoberta de novas bandas e novos projetos.
O festival tem uma programação específica para envolver famílias e crianças. Como é que esta programação foi pensada para sensibilizar as novas gerações para a música e a cultura?
Esta programação assenta num convite aos WeTumTum e o que se pretende é criar aqui novas possibilidades de interação com o festival. É ótimo pensar que podemos ter alguém a vir hoje como bebé e poder voltar, um dia, como adulto.
Que planos há para o futuro do festival? Como é que o SQUARE pode evoluir nos próximos anos?
Há uma vontade explícita da direção da Braga 25 fazer com que certos projetos do programa tenham lastro e que continuem. É um primeiro ano, estamos muito contentes com o que desenhamos e montamos. Só depois desta edição é que haverá uma certeza sobre o que vai acontecer e como poderá acontecer.
Como é que vês o impacto do festival para a cidade de Braga e para as cidades vizinhas, tanto a nível cultural como económico?
Acreditamos que o impacto pode ser significativo. Primeiro acresce uma oferta que ainda não existia no território. Segundo, existe um grupo alargado de pessoas que viajam para Braga por causa do Square o que, certamente, impactará também no plano económico. No cômputo geral interessa-nos que todas as pessoas que interajam com o evento levem uma experiência positiva.
Foto: Jadsa
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