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O realizador brasileiro Walter Salles fez história ao vencer, na noite passada, o primeiro Óscar de sempre para o Brasil com o filme "Ainda Estou Aqui". Durante o discurso nos bastidores da cerimónia da Academia, Salles destacou que o reconhecimento vai muito além do filme, representando a cultura e o cinema brasileiros que ecoam pelo mundo.
"Não é um filme que está a ser reconhecido, é a cultura que está a ser reconhecida, é a forma como fazemos cinema no Brasil, é a literatura brasileira com o livro de Marcelo Paiva, é a música brasileira", afirmou o cineasta emocionado.
O filme, que aborda a reconstrução da memória de uma família num período de 21 anos de ditadura militar no Brasil, também teve grande impacto no público, sendo visto nos cinemas por cinco milhões de brasileiros. Salles enfatizou a sua esperança de que esta vitória possa impulsionar o cinema independente no Brasil.
Durante a sua intervenção, o realizador dedicou a estatueta dourada a "três mulheres extraordinárias": Eunice Paiva, protagonista da história, e as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. O filme tem vindo a ganhar ressonância internacional, incluindo em Portugal e nos Estados Unidos, algo que Salles atribui à crescente fragilidade das democracias em todo o mundo.
"Nunca pensei que seria tão frágil, até mesmo neste país, e por isso o que aconteceu no Brasil no passado parece muito próximo do que está a acontecer agora", afirmou, sublinhando que a obra trata essencialmente de perda, resiliência e luta contra a injustiça.
A história de Eunice Paiva, que escolheu abraçar a vida através da resistência baseada no afeto, serviu de inspiração para a narrativa do filme. Para evocar autenticidade, a equipa utilizou câmaras de 35mm e Super 8, fugindo ao digital para recriar a atmosfera dos anos 70 no Brasil.
Walter Salles também destacou a importância do jornalismo, da literatura, do cinema e da música como formas de preservação da memória. "A memória esteve no centro deste projeto. Vivemos num momento em que a memória está a ser apagada como um projeto de poder. O que fazemos pode lutar contra a possibilidade do esquecimento e isso é muito importante", frisou.
A vitória de Salles foi amplamente celebrada na sala de entrevistas, onde diversos meios de comunicação social portugueses e brasileiros tiveram a rara oportunidade de o felicitar em português nos bastidores dos Óscares.
Foto: Ainda estou Aqui (DR)
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