A voz da montanha: Paulo Carneiro e a força de um território

No dia 24 de abril, data carregada de simbolismo na história recente de Portugal, estreia A Savana e a Montanha, o mais recente filme de Paulo Carneiro - um cineasta que se tem afirmado no panorama do cinema contemporâneo com uma linguagem ousada, entre o documental e o ficcional. Depois do aclamado Bostofrio, Carneiro volta a mergulhar numa realidade profundamente enraizada no território português, desta vez para dar voz à população de Covas do Barroso, no norte do país, que se vê ameaçada pela construção da maior mina de lítio a céu aberto da Europa.

A Savana e a Montanha é mais do que um retrato documental: é um grito de resistência, uma obra que desafia o espectador a refletir sobre progresso, pertença e o direito à terra. Com estreia mundial na Quinzena dos Cineastas em Cannes e presença em dezenas de festivais internacionais, o filme tem sido descrito como audaz, fascinante e revolucionário pela crítica especializada.

Nesta entrevista, Paulo Carneiro fala-nos sobre o processo de criação deste filme e a sua ligação ao povo barrosão.