Catarina Miranda: O corpo como portal entre memória, tempo e transformação

Catarina Miranda tem construído um percurso singular no panorama artístico contemporâneo, cruzando dança, voz, cenografia e luz numa abordagem que explora o corpo como veículo de transformação e consciência. Com uma formação que passa pelas artes visuais, o mestrado em dança em Montpellier e o estudo do teatro Noh no Japão, Catarina Miranda alia rigor técnico a uma sensibilidade única na criação de universos ficcionais hipnagógicos.

No palco do Teatro São Luiz, apresenta agora "ΛƬSUMOЯI", uma obra que mergulha no imaginário do teatro Noh japonês, evocando questões de transitoriedade e a noção de "eu" como um lugar de atravessamento. A peça propõe uma meditação coreográfica sobre as fronteiras entre a memória, o tempo e o espaço, desafiando o espectador a uma viagem sensorial e contemplativa.

Nesta entrevista, partilha connosco os desafios e inspirações por detrás de "ΛƬSUMOЯI", o impacto das suas experiências anteriores – como finalista do Salavisa European Dance Award – e reflete sobre o papel da arte nos tempos atuais. Será que a arte pode salvar? Exploramos esta e outras questões num diálogo sobre a potência transformadora do gesto e da imaginação.