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A Musgo é uma companhia criada em 2011 que já levou a cena 13 espetáculos, “Gostava de ter um periquito”, “A casa de Georgienne”, “Eldorado”, “Nó”, “Revelário”, “Ninguém para a minha bicicleta”, “Algo Azul”, “Apeadeiro”, entre outros…
Este projeto foi criando, como já tive oportunidade de assinalar, o seu público, sobretudo no distrito Porto onde está sediada.
O espetáculo que nos é proposto e que estará em cena mais uma semana e ainda pode (e deve!) ser visto, estreou no Porta Jazz, na Praça da República, 156 é, diria, e não avançarei muito mais sob pena de comprometer a dramaturgia, um recado, quase íntimo, da companhia Musgo ao seu público.
Pode-se dizer que é uma espécie de alegoria do tempo (requisito para a criação artística) e da precariedade (alçapão onde tantos profissionais do setor cultural acabam por cair). A forma, fragmentada, quase descontinuada, do espetáculo serve essa mensagem. É nesse limbo, nesse fio de arame, nessa incerteza em que os profissionais da cultura se movem que se desfia uma hora de espetáculo e é para esses múltiplos lugares de contornos precisos, mas incertos, que somos levados, entre luzes que se acendem e apagam, máscaras que se vestem e despem.
Trata-se de um trabalho, honesto e despretensioso, em que se volta a cozer o talento do ator Gilberto Oliveira com a acutilância dos textos da Joana Moraes. À nossa frente, nesta "intervenção teatral", espreitamos o horizonte do possível. Entre o passado de uma companhia que já nos deu tanto e a perspetiva do que ainda nos pode proporcionar existe este espetáculo, que vai recolhendo momentos, experiências às quais procura atribuir um sentido. Somos confrontados com um depoimento em que se explora uma ligação de proximidade com o espectador, desconstruindo a barreira entre atores e público. Sentados nas cadeiras somos trazidos para o quotidiano, o lugar onde se oferece um olhar próximo sobre o real de cada um, e é nesse espaço individual que se é chamado a pertencer à família artística da Musgo. A partir da soma das nossas reflexões e sensibilidades individuais, convocadas a partir de estímulos muito diferentes, compreendemos, descomplexada e intuitivamente, a cultura como o edifício onde se constroem, afinal, todas as relações coletivas.
Musgo, cá esperamos, ansiosamente, o fruto dessa gravidez... Até lá, não percam esta oportunidade.
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