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A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, manifestou interesse no projeto Cultura Viva, desenvolvido pelo Governo brasileiro, por considerar que este modelo pode combater a "arrogância e desconfiança" do poder em relação ao financiamento de práticas culturais. A declaração foi feita após a sua participação num debate sobre políticas culturais, em São Paulo, ao lado da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes.
"As estruturas artísticas têm de ser reconhecidas por trabalhos entre as comunidades e, a partir desse reconhecimento, terem a garantia do financiamento público", afirmou Dalila Rodrigues à agência Lusa. A governante destacou ainda a pertinência do modelo Cultura Viva, que permite às próprias comunidades identificar projetos culturais e solicitar financiamento para a sua implementação.
Criado em 2004 pelo então ministro da Cultura do Brasil, Gilberto Gil, o Cultura Viva visa democratizar o acesso da população aos meios de produção e circulação cultural, funcionando em parceria com governos regionais e outras instituições. O programa está presente em 14 países e baseia-se na criação de Pontos de Cultura, estruturas geridas por entidades ou coletivos reconhecidos oficialmente.
Durante a 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, realizada em Brasília, Dalila Rodrigues teve a oportunidade de conhecer o funcionamento do programa e sublinhou o seu potencial para Portugal. "A ministra [Margareth Menezes] falou-me do projeto Cultura Viva e do facto de serem as comunidades que têm os projetos em rede (…). O Ministério da Cultura certifica esses projetos, que recebem financiamento público, mas são as comunidades que se envolvem no sentido de escolher e apresentar o que consideram um bem cultural", explicou.
Para a ministra portuguesa, esta abordagem pode ser uma alternativa à "desconfiança e arrogância das estruturas do poder" no apoio a certas formas de expressão cultural em Portugal, especialmente as ligadas às artes tradicionais. O programa Saber Fazer, desenvolvido no âmbito da Estratégia Nacional para as Artes e Ofícios Tradicionais 2021-2024, já representou um avanço nesse sentido, promovendo o mapeamento e reconhecimento de práticas artesanais como a cestaria, a produção de têxteis e o trabalho em cortiça.
"Portugal é um país diminuto em escala, de um ponto de vista geográfico, mas é de uma riqueza absolutamente extraordinária. E há uma denegação, num sentido de exclusão, de muitas práticas culturais que têm uma densidade histórica", afirmou Dalila Rodrigues, enfatizando a importância de um modelo que reconheça a cultura a partir da própria comunidade.
A ministra concluiu que o modelo do Cultura Viva pode ajudar a "pôr termo à arrogância com que os projetos culturais são apoiados ou não [em Portugal]", reforçando a necessidade de uma política cultural mais inclusiva e descentralizada no país.
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