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Na mente de António Raminhos

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COFFEEPASTE
July 11, 2024

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Na mente de António Raminhos

António Raminhos, humorista, tem um percurso estabelecido na nossa cena cultural. Mas, atualmente, tem atividade em várias outras áreas. Conversámos com ele sobre as suas origens na profissão, sobre o muito que faz, sobre saúde mental, sobre empatia e sobre surf, a propósito do evento solidário PRIO Softboard Heroes em que participa. Ficámos a conhecer um pouco melhor uma personalidade que vemos regularmente nos palcos e nos ecrãs.

 

Quando é que percebeste que o humor haveria de ser a tua profissão?

Percebi que o humor seria a minha profissão num momento de viragem da minha vida: era jornalista, mas o jornal onde trabalhava fechou e entrei no mundo do desemprego. Com tempo livre, comecei a ver mais comédia e a ler sobre o assunto, o que me levou a criar um blog onde escrevia textos humorísticos e ia recebendo feedback positivo. Quando finalmente ganhei a coragem necessária para experimentar o stand-up, fui surpreendido porque a resposta do público foi incrível e senti logo uma conexão imediata. Foi aí que percebi que o humor não era apenas uma paixão, mas algo que se poderia transformar numa carreira. O apoio das pessoas tem sido crucial para me dar confiança e seguir este caminho.


No entanto, hoje em dia fazes muito mais do que humor. Fala-nos desse lado.

Sim, hoje o humor é apenas uma parte do que faço. Desde os meus primeiros passos na televisão até aos espetáculos em palco, passando pelos livros, rádio, podcasts e redes sociais, tenho procurado explorar diferentes áreas criativas e desafiar-me. Penso que os programas “Missão: 100% Português” na RTP e “Quanto + me Bates” na Sport TV demonstram essa versatilidade e a capacidade de adaptação a diferentes meios para cativar pessoas de todas as gerações.


Já nos espetáculos procuro algo novo e uma conexão maior com o público e,  por isso, nos diversos projetos, procuro sempre explorar temas mais pessoais. No “O Melhor do Pior” abordei a morte da minha mãe e os problemas que enfrentámos durante as gravidezes das nossas filhas. No mais recente espetáculo, “Não Prometemos para Mais Ninguém”, eu e a Catarina falámos sobre a nossa relação de 25 anos e abordámos diversos temas conjugais. Também já tratei temas como a ansiedade e a perturbação obsessiva-compulsiva, respondendo a perguntas do público no “O Sentido das Coisas” e “Não Sou Eu… É a Minha Cabeça”. E mais recentemente, lancei o podcast “Somos Todos Malucos”, onde abordo temas relacionados com a saúde mental.


Para mim, é sempre importante não ficar limitado a um único formato e a diversidade dos meus projetos permite-me crescer enquanto artista e pessoa. Gosto de sentir que estou a contribuir de várias formas para o entretenimento e também para a sensibilização sobre temas que, para mim, são importantes.


Como é que o surf entra na tua vida?

O surf entrou na minha vida como uma forma de “escape” e de conexão com a natureza. Comecei a surfar para desanuviar e acabei por me apaixonar pela sensação de liberdade que proporciona. Sempre admirei o desporto e, embora não seja um pro, gosto de praticar sempre que posso.


Como surgiu a oportunidade de te associares ao PRIO Softboard Heroes?

A oportunidade surgiu através de um convite do “Saca” (Tiago Pires) para participar no evento. No ano passado já era para ter participado, mas tive um imprevisto e não pude. Este ano, voltaram a convidar-me e não podia recusar. Para além do humor, que certamente estará presente, o evento combina várias das minhas outras paixões: o surf, a cultura, música e solidariedade. Além disso, é uma oportunidade de juntar o útil ao agradável, fazendo algo divertido enquanto se apoia uma causa importante.


De que forma é que o humor pode servir causas sociais e solidárias?

O humor tem um poder incrível de transformar temas sérios em algo mais acessível e leve. Quando usamos o humor, geralmente conseguimos captar a atenção das pessoas de uma forma mais eficaz, porque as pessoas estão mais dispostas a ouvir e a refletir quando a mensagem é passada de uma forma divertida. Além disso, também tem a capacidade de unir pessoas e de criar empatia, porque é possível desarmar preconceitos e abrir espaço para conversas importantes e até inspirar mudanças positivas na sociedade, como é o caso deste evento.


A sustentabilidade faz parte das tuas preocupações quotidianas?

Diria que sim. Tento ser consciente nas minhas ações no dia a dia, desde reciclar até reduzir o consumo de plástico e estar mais atento ao impacto ambiental das escolhas lá em casa, porque acho que cada pequeno gesto conta e que todos podemos contribuir para um futuro mais sustentável. Por acreditar que é uma questão de responsabilidade e de amor pelas futuras gerações, procuro também incutir estes valores na minha família e ensinar as minhas filhas a importância de cuidar do planeta.


Entre a televisão e o palco, consegues escolher?

É difícil escolher entre a televisão e o palco, pois ambos têm as suas particularidades e oferecem experiências diferentes, mas únicas. No palco, há uma relação direta e imediata com o público, o que permite uma maior espontaneidade e liberdade criativa. Acho que aqui, a energia e a interação ao vivo são incomparáveis. Por outro lado, a televisão permite-me alcançar um público mais vasto e diversificado, e oferece-me a oportunidade de explorar diferentes formatos e conteúdos. No fundo, gosto de ambos e tento equilibrar as duas formas de expressão na minha carreira. Cada uma tem os seus desafios e recompensas, e sinto-me privilegiado por poder trabalhar em ambas.


Como te relacionas com a palavra “empatia”?

Para mim, empatia é fundamental em todas as fases da vida. É a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e de entender as suas emoções e perspetivas. Na vida pessoal, permite-me conectar de forma mais verdadeira com os outros, especialmente com a minha família. Já no humor, e especialmente quando lido com temas mais sensíveis, a empatia ajuda-me a fazer piadas que façam as pessoas rir, mas também refletir. Tento fazê-lo no meu trabalho, mas nem sempre é possível não ferir suscetibilidades.


O que podemos fazer como cidadãos para tornar as discussões em volta da saúde mental mais fáceis?

Acho que podemos começar por criar uma cultura onde falar sobre saúde mental seja tão natural como falar sobre saúde física. Para tornar as discussões sobre saúde mental mais fáceis, é importante começar por normalizar o tema. Falar abertamente sobre as nossas experiências, sem tabus, e criar, primeiro, um ambiente de compreensão e depois de apoio. Devemos ouvir e incentivar quem precisa de ajuda a procurar apoio profissional porque a sensibilização é chave para mudar perceções e reduzir o estigma associado à saúde mental. Por lidar com isto diariamente, tento partilhar histórias e experiências pessoais porque acredito que pode ajudar a desmistificar o tema e a promover um diálogo mais aberto e honesto.


Rir é o melhor remédio?

Rir é um excelente remédio! Para mim, o riso é uma forma poderosa de lidar com o stress e as adversidades da vida. Não resolve os problemas, mas ajuda a aliviá-los, a descontrair e a ver as coisas de uma perspetiva diferente. O humor pode, de facto, transformar momentos difíceis em algo mais leve e suportável, proporcionando uma espécie de “bomba de oxigénio” em momentos de aperto. Além disso, rir liberta endorfinas, que são os químicos do bem-estar no cérebro, e pode até melhorar a nossa saúde física.


A Arte salva?

Acredito que sim. Tem o poder de nos fazer conectar com as nossas emoções, de refletir e de trazer alívio. Seja através da música, da pintura, da escrita ou do humor, a arte oferece uma forma de expressão que pode ser terapêutica e transformadora. Consegue-nos fazer sentir menos sozinhos, de nos inspirar e de nos dar esperança. Da minha experiência, pode até ser uma ferramenta poderosa para uma mudança pessoal e social, pois ajuda-nos a lidar com os desafios da vida de uma maneira mais introspetiva, saudável e criativa.

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