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Giuseppe Pinot-Gallizio, nasceu a 4 de fevereiro de 1902 em Alba, Itália. Apesar de pouco conhecido do grande público e do meio artístico, é uma figura destacada no panorama da arte do século XX, não apenas pelo seu trabalho inovador como artista, mas também pelo seu envolvimento com a Internacional Situacionista (IS), um movimento que fundiu arte, política e pensamento radical.
Pinot Gallizio
Formou-se em Farmácia e dedicou-se à arqueologia e à botânica, demonstrando um interesse profundo pelas ciências e pela história. Este fundo aparentemente eclético contribuiu para a sua abordagem única à arte, onde a ciência e a prática artística se encontravam de forma inovadora.
Internacional Situacionista, 1957
No final da década de 1950 conheceu Asger Jorn, um dos cofundadores da Internacional Situacionista. Jorn apresentou-lhe as ideias radicais do grupo, que promoviam a superação da arte convencional e a integração da criação artística na vida quotidiana. Fascinado por estas ideias, Gallizio tornou-se um dos primeiros membros do movimento, participando ativamente na sua definição e desenvolvimento.
A Internacional Situacionista, fundada em 1957, fundiu vários grupos de vanguarda europeus que procuravam transformar a sociedade através de intervenções artísticas, urbanísticas e políticas. Rejeitando a comercialização da arte defendiam uma abordagem revolucionária, propondo conceitos como a automação, a deriva ou desvio e a psicogeografia, que explorava a relação entre as pessoas e o espaço urbano de uma forma lúdica e experimental.
A caverna da antimatéria
Em 1958, Pinot-Gallizio apresentou a sua obra mais conhecida, a "Pintura Industrial". Esta criação consistia em grandes rolos de tela pintada, produzidos num processo semi-automatizado. As pinturas, resultado deste processo pioneiro, eram vendidas ao metro. Gallizio subvertia assim a noção tradicional de obra de arte única e exclusiva, questionando o elitismo e a mercantilização da arte. Foram expostas, pela primeira vez em 1959, em Paris, criando um ambiente imersivo que intitulou a caverna da antimatéria.
Gallizio propôs uma arte integrada na vida quotidiana, não confinada a galerias ou museus. O seu trabalho refletiu uma crítica à sociedade de consumo e ao mercantilismo da arte, propondo, em vez disso, uma abordagem revolucionária, defendendo a transformação da cidade num espaço de criatividade e expressão, a "urbanização unitária", onde as fronteiras entre arte e vida eram dissolvidas. A ideia era que as cidades não deveriam ser apenas locais funcionais para viver e trabalhar, mas sim espaços dinâmicos onde a arte e a vida se fundissem.
Pinot-Gallizio morreu em 1964. Não assistiu à concretização parcial das suas ideias no Maio de 68.
A cada dia 1 do mês, publicamos um texto de Leonel Moura sobre um artista das artes visuais que o autor considera ser dos mais inovadores do século 20, mas praticamente desconhecidos, não só do grande público, como do próprio meio artístico.
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