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Os grupos parlamentares do PS e do PSD manifestaram hoje, na comissão parlamentar de Cultura, o seu apoio à classificação da obra do músico e produtor José Mário Branco (1942-2019) como de interesse nacional. Este consenso surge na sequência de uma petição pública, apresentada por um grupo de cidadãos no final de 2023, que defende a importância de preservar e divulgar o legado do artista.
O deputado socialista José Maria Costa sublinhou a relevância histórica de José Mário Branco, destacando que a classificação da sua obra “é uma questão de justiça”, especialmente no contexto das comemorações dos 50 anos da revolução de 25 de Abril de 1974. O PS apresentou um projeto de resolução que recomenda ao Governo a adoção de medidas para promover esta classificação.
Carlos Reis, deputado do PSD, reforçou o apoio do seu partido, considerando que “a arte supera naturalmente a política”. O parlamentar destacou o impacto de José Mário Branco na música portuguesa, elogiando o seu trabalho como compositor, produtor e revitalizador do cancioneiro tradicional e do fado.
A petição em causa foi promovida por várias figuras da cultura, como os músicos Vítor Sarmento, Rogério Charraz, Francisco Fanhais, o investigador João Carlos Callixto e o produtor Alain Vachier. Os subscritores defendem que a classificação da obra será um marco importante para o seu reconhecimento, preservação e divulgação futura.
No entanto, a unanimidade parlamentar não foi alcançada. O Chega declarou-se contra a proposta, com o deputado José Carvalho a criticar a associação de José Mário Branco a posições políticas e a argumentar que “a cultura não deve ser usada como arma de subversão política”.
José Mário Branco, considerado um dos maiores nomes da música portuguesa do século XX, faleceu em novembro de 2019, aos 77 anos. Em 2021, a família do músico assinou um protocolo de cedência do seu espólio à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, para catalogação e preservação dos seus documentos, gravações, discos e outros objetos.
Foto: © Rita Carmo
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