Teatro Nacional São João abre novo concurso internacional para direção artística

O Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, anunciou hoje que irá realizar um novo concurso internacional para selecionar a direção artística para o quadriénio 2025-2028, após o realizador Tiago Guedes, escolhido no anterior processo, ter retirado a sua candidatura devido a compromissos profissionais inadiáveis.

O anterior concurso, aberto em outubro passado, tinha como objetivo encontrar o sucessor de Nuno Cardoso, cujo mandato termina esta terça-feira, 31 de dezembro. Em comunicado, o TNSJ revelou que o júri deliberou, por unanimidade, escolher Tiago Guedes, mas a sua desistência inviabilizou a nomeação, uma vez que não havia seriação de candidaturas alternativas.

Assim, o TNSJ propôs e o Ministério da Cultura determinou a abertura de um novo concurso internacional no primeiro semestre de 2025. O conselho de administração do teatro nacional terá até 30 de abril para apresentar os elementos necessários para o lançamento do processo.

Enquanto não é designada uma nova direção artística, as equipas internas do TNSJ assegurarão a programação cultural.

O júri do primeiro concurso foi constituído por Pedro Sobrado (presidente do conselho de administração do TNSJ), Cláudia Leite (vogal do conselho de administração), Alexandra Moreira da Silva (investigadora teatral), Luísa Costa Gomes (dramaturga e tradutora) e Salvador Santos (gestor cultural).

Para o próximo mandato, o TNSJ delineou orientações estratégicas que incluem a valorização da produção própria, o estímulo às novas escritas, a ampliação do raio de ação nacional e internacional, e o aprofundamento da responsabilidade social.

Nuno Cardoso, que lidera o TNSJ desde janeiro de 2019, deixa um vasto legado artístico, com a encenação de obras de autores como Büchner, Yasmina Reza, António Ferreira, Jean Genet, Henrik Ibsen, Shakespeare e José Saramago. Durante o seu mandato, o teatro celebrou o centenário, enfrentou a pandemia de covid-19 e esteve encerrado para obras em 2021.

O próximo diretor artístico será designado de acordo com os estatutos atualizados em 2023, que preveem mandatos de quatro anos, renováveis até duas vezes, mediante concurso internacional.

Foto: © Ágora - Cultura e Desporto