A Cossoul inaugura, no seu programa de Artes Visuais, o Balão, a exposição "Carbono 14 – Sem Tempo" de Matilde Franco e Mayank Sahni. Num diálogo entre aquilo que Mayank Sahni e Matilde Franco tentam domar, a luz e o som, estes artistas dão forma ao tempo através de esculturas em cerâmica e vidro, matérias que passam pelo fogo para se tornarem, possivelmente, eternas.
Nas esculturas de Mayank, a cristalização da luz ocorre quando esta atravessa o vidro. Da mesma forma, nas performances e paisagens sonoras de Matilde, o som só é ouvido se encontrar um meio para reverberar. Aqui, luz e som são explorados como elementos que ocupam e transformam o espaço, numa procura pela fisicalidade do som, bem como numa tentativa de captar, reter e amplificar a luz neste espaço e neste tempo.
“Se não existir luz ou som, o que mais haverá?”
Contamos também com uma conversa em torno da exposição (19h00) entre Matilde Franco, Mayank Sahni e Luzia Alves, curadora, sobre o percurso dos artistas, projectos futuros, as obras expostas e o processo criativo e construtivo em vidro, cerâmica e som, seguida de uma visita guiada à exposição.
Sobre os artistas:
Matilde Franco
2005, Lisboa | Artista Plástica
Estudou Produção Artística, com especialização em Cerâmica, na Escola Artística António Arroio. Frequenta atualmente o 2º ano da Licenciatura em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Na sua prática artística explora o campo da escultura e da instalação, através do espectro audiovisual e matérias cerâmicas.
A terra e a água são dois elementos muito presentes no seu trabalho, sendo objeto de estudo nos seus projetos. Procura, através deles, resgatar as suas heranças ancestrais num confronto entre o corpo e a matéria - utilizando o meio plástico como principal veículo de questionamento. Mais recentemente, tem desenvolvido investigação no campo da paisagem sonora portuguesa, com principal foco nos fenómenos e elementos naturais que a compõem, procurando a ligação que esta estabelece com o ser humano, e de que forma estes se influenciam mutuamente.
Mayank Sahni
É licenciado em Design de Interiores e Arquitetura pela Universidade Nottigham Trent (2016). Depois de 4 anos de experiência na indústria na área do Design, em 2021 Mayank veio para Portugal para interligar a sua experiência em Design com a Arte. Atualmente localizado em Lisboa, frequenta o Mestrado em Arte e Ciência do Vidro e da Cerâmica da NOVA FCT, em associação com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Em 2024, abriu o Studio Sahni onde, juntamente com a sua namorada, exploram o meio artístico em conjunto.
Na sua prática artística procura o volumétrico, o tangível e o tátil, utiliza as suas experiências de vida como tema e tenta dar-lhes uma forma visual e plástica, através do vidro e da cerâmica. Este trabalho introspectivo, evidencia as ligações entre o seu mundo interior e exterior. O resultado é a criação de uma variedade de “peças vindas de sítios interiores”. Interessa-se pelo trabalho físico, a interação entre o seu corpo e outros meios, como o barro, o vidro e a madeira. Valoriza a marca do fogo nas suas peças e “aceito-a como uma certeza de que não posso controlar tudo.” Sendo o fogo o melhor amigo e o pior inimigo das duas matérias que trabalha, o barro e o vidro, a escultura oferece-lhe todas as possibilidades de estrutura e plasticidade que necessita. “Considero isso um universo gigante, cheio de metáforas para explorar.”
Inauguração:
Quarta-feira, 04 de Dezembro | 18h00 | entrada livre
Patente:
De 04 de Dezembro a 11 de Janeiro
Horário:
De Terça a Sábado: 15h30 às 19h00