O programa performativo A Espera-Que-Nunca-Chega reflete artisticamente sobre um espaço-tempo intermédio entre partir e chegar, a Espera.
O que acontece quando esperamos por alguém, como cenografamos o corpo, a voz, a memória neste in between? Pode o corpo traduzir o indizível e os imaginários que a espera constrói? Pode a espera ser um ato de resistência? Penélope espera por Ulisses que partiu para a guerra.
Neste Iugar da espera no feminino a Penélope personifica a Joaquina, a Fernanda, a Dionísia, que esperam o Domingos, o Eugénio, o Diogo que partiram para o Ultramar.
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AUDITÓRIO MUNICIPAL JOSÉ DE CASTRO
Espetáculo "PENÉLOPE”
7 DEZ - 19h00 | 10 DEZ - 10h30 (Sessão para Escolas) M/12. Dur. 75’
Memórias de gerações marcadas pela guerra colonial portuguesa.
Inspirados no mito clássico da mulher Penélope, que esperou vinte anos pelo marido Ulisses, deixamo-nos contaminar pelo grito abafado de uma geração que ainda vive.
Com ”PENÉLOPE" lembramos a(s) mulher(es) que espera(m) o homem que partiu para a guerra: as mulheres que habitaram um país. com um regime conservador. moralista e autoritário.
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Exibição dos filmes “61-63” | “PENÉLOPE” e Conversa*
13 DEZ - 16h00
”Conversa aberta ao público, convidando à participação com testemunhos, memórias, impressões e espólios particulares.
Filme "61-63” Dur. 10'10"
O soldado que chega a um Iugar, sem saber ao que vai, para onde vai, vê-se confrontado com uma violência atroz, com a morte, com a escassez e solidão. Deixa para trás a sua família, amigos e uma vida que conhece, a única relação com o passado de cada um faz-se somente por meio de cartas, por vezes escassas, e fotografias.
Filme "PENÉLOPE” Dur. 16'14"
Um olhar sobre a vida, em suspenso, da mulher que espera o marido, que partiu para a guerra do Ultramar.
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Exposição "Adeus, até ao meu regresso"
7 a 14 DEZ
A Revolução dos Cravos em Portugal, a 25 de Abril de 1974, pôs fim à ditadura do Estado Novo, em resposta aos desenvolvimentos políticos, sociais e militares da guerra. A exposição “Adeus, até ao meu regresso" assenta na apresentação de registos históricos de espólios particulares, guiando-nos para as marcas que a distância deixou, nos que foram para a guerra e nos que ficaram, através da correspondência por carta, aerogramas, fotografias, postais e também depoimentos reais e documentos áudio deste período, muito presente pela ausência, pela saudade, pela vida suspensa e a morte a pairar sobre ela, com a constante dúvida do retorno.
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Performance "As cartas de PENÉLOPE"*
12 DEZ - 17h00 | 14 DEZ - 11h00
*Estação da CP de Paço de Arcos
Patrícia Susana Cairrão traz-nos voz, corpo e memória na leitura performance as cartas de PENÉLOPE. Através de cartas, aerogramas e fotografias, militares e família mitigavam a solidão, reduzindo, da única forma possível, a distância que os separava. Uma leitura performance a partir de testemunhos reais, espólios particulares de cartas, aerogramas e fotografias do período da Guerra Colonial Portuguesa.