Rua das Estrelas
4150 Porto
Portugal

A companhia teatronacional21 parte deste texto, mas não se circunscreve a ele. Cruza um outro imaginário, o de Werner Herzog na sua obra-prima “Fitzcarraldo: história de um alemão melómano”, que enceta uma empresa de exploração de borracha para gerar lucro que lhe permita realizar o seu sonho, construir um Teatro de Ópera na Amazónia. Neste espetáculo, Albano Jerónimo mistura estes dois universos para tecer a sua própria ficção: interpretar uma espécie de Fitzcarraldo que procura montar uma ópera em Portugal. Nela, ensina aos músicos princípios revolucionários, ora para cumprir o seu “sonho” de melómano, ora para instigá-los a revoltarem-se contra a classe política nacional, neste besuntar permanente das palavras de Rodrigo Garcia com a música de Vitor Rua. Criando um jogo insolente, a fúria desta ópera combate a seriedade mórbida das máscaras sociais e a cristalização dos “lugares comuns”. O “exagero” como medida justa e necessária, revela-nos, por fim, uma arte frágil, inquieta, de reflexão e de combate.
Albano Jerónimo nasceu em 1979. Frequentou o Curso de Teatro em Formação de Actores da Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa. Cofundador da companhia teatronacional21. Em Teatro trabalhou com: Luís Fonseca, Ricardo Gageiro, Fernanda Lapa, Cristina Carvalhal, Diogo Infante, João Mota, Isabel Medina, John Retallack, Tiago Guedes, Nuno Carinhas, Ricardo Pais, Nuno M. Cardoso, Rui Mendes, Beatriz Batarda, Cláudia Lucas Chéu, Nuno Cardoso, Mickael de Oliveira, John Romão, Jorge Andrade, Carlos Pimenta entre outros. Recentemente, foi intérprete em “Quarteto” (Heiner Muller), encenado por Carlos Pimenta, “Pocilga” (Pier Paolo Pasolini), dirigido por John Romão e “Sócrates tem de morrer” (Mickael de Oliveira), encenado por Mickael de Oliveira, Coriolano (Shakespeare), encenado por Nuno Cardoso e “O Falecido Mattia Pascal” (Pirandello) com Jorge Andrade na Mala Voadora. Estreou-se como encenador no Teatro Nacional D.Maria II Lisboa com “Um Libreto para Ficarem em Casa Seus Anormais” a partir de Rodrigo Garcia e rescrito por Mickael de Oliveira, numa Ópera Tropical.
Deixa o teu Comentário