A Monstra – Festival de Animação de Lisboa tem lugar de 12 a 22 de Março em vários espaços da capital. Depois disso estará por sete cidades de Portugal, num esforço de descentralização. Falámos com Fernando Galrito, Director do festival para saber mais sobre a edição de 2015.
A edição deste ano viu um grande acréscimo no número de filmes inscritos. A que atribui esse crescimento?
Há dois factores a ter em conta na minha opinião:
primeiro o facto do festival ter tido um grande aumento de conhecimento e reconhecimento internacional que o coloca, segundo uma revista da especialidade, num dos 10 festivais europeus de referencia em termos da qualidade da programação e filmes e convidados presentes.
Depois o facto de o festival ter uma programação eclética que abrange diferentes tipos de animação, que o torna abrangente e interessante para todos os realizadores e produtores.
A MONSTRA vai poder ser vista em sete cidades portuguesas. Fale-nos um pouco sobre esse esforço de descentralização.
É um esforço e ao mesmo tempo um prazer. Fazer um festival é um investimento enorme do ponto de vista humano e também de recursos económicos. Achamos que esse esforço é muito mais interessante se for partilhado por múltiplas pessoas e cidades do país. Assim nasceu a MONSTRA às SOLTA em Portugal.
Não vamos apresentar apenas uma selecção dos premiados, antes vamos levar o festival e a competição a estas cidades promovendo o melhor cinema de animação do mundo e propondo a que localmente exista um júri e um prémio do publico, contrapondo os prémios nacionais com os prémios de Lisboa e promovendo dessa forma outros olhares sobre os filmes.
Como vê o envolvimento dos mais novos (MONSTRINHA) com o cinema de animação? São um publico exigente?
Os mais novos são um publico exigente e ao mesmo tempo carente. A MONSTRINHA tem ao longo destes 15 anos proposto programações alternativas de filmes que trazem a diversidade de olhares em termos narrativos e técnicos ao contacto com as crianças e jovens que assistem, cada vez em maior numero à monstrinha.
Muito dos jovens adultos que continuam publico do festival começaram e despertaram para a animação de autor nos ecrãs da MONSTRINHA e isso faz deles um publico mais exigente porque mais bem formado.
Quais as novidades que podemos esperar da América Latina, região convidada desta edição?
Para além de algumas estreias nacionais europeias e mundiais, da America latina vamos trazer também um olhar diversificado e marcado por uma cultura mais colorida, ritmada e cheia de referencias culturais regionais e locais.
É uma retrospectiva muito interessante que atravessa gerações de animadores e de técnicas onde encontramos, aqui e ali, referencias que vêm da latinidade marcada na cultura destes povos.
Quais os destaques da programação deste ano?
Há vários destaques dentro da programação.
Na competição chamaria à atenção para as curtas metragens na generalidade e para as portuguesas em especial.
Nas longas metragens as ante-Estreias de Ovelha Choné – O filme, do ingleses da Aardman (com a presença dos realizadores, O Conto da Princesa Kaguya do Japonês Isao Takahata (a quem dedicamos uma retrospectiva) ainda a estreia da A canção do Mar (outra das longas metragens que apresentamos candidata ao Oscar) ou a estreia em Portugal de Pos Eso de SAM ( a quem dedicamos o ano passado uma exposição no Museu da Marioneta).
Nas formações e sessões especiais destaque para uma sessão dedicada à estereoscopia de vanguarda (os chamadas filmes em 3D – para ver com óculos – como funciona e as inovações).
Ainda nas formações o destaque para a presença entre nós de Milan Svatos, animador checo com mais de 40 anos de experiência e animador de mestres como Jiri Trinka, Jiri Barta ou Jan Svankmajer.
Nas sessões da MONSTRINHA para pais e filhos a retrospectiva de vários filmes como O Rei e o Pássaro, talvez o filme mais bonito da historia da animação de longas metragens ou a estreia em competição de Jack e a mecânica do coração – com a presença dos realizadores entre muitos outros.
Por ultimo destacar a presença este ano do Festival na cidade de Almada, na Academia Almadense de 16 a 21 de Março e depois em 7 cidades do país do Porto, Portalegre, Coimbra, Santarém, Gouveia ePonta delgada.
De 12 a 22 de Março,
A Não perder a MONSTRA à Solta em Lisboa e no País.
Mais informações em http://monstrafestival.com/
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