Práticas de Desgaste ou o Mundo Invisível

O belo: a efemeridade carregada de vincos, memórias e feridas, que criam relações de mágoa e felicidade com o real e com a duração do caminho andado. 

Desaparecemos para onde? Desaparecer é extinguir-nos? Transgredir-nos?

São estas questões que me fazem procurar para lá do corpo, de como é que suamos a vontade antes que tudo acabe, transgredindo e transcendendo o próprio corpo, a própria limitação que nos é oferecida. Acredito num corpo profundo, um corpo que não precisa de si para continuar. Acredito num corpo que sente tanto fora quanto dentro e que gosta, e que se massacra de amor, desejo, luxúria escatológica e de crueldade. Acredito num corpo que não encontra a felicidade, mas que luta pela felicidade - que agarra em si e que se atira aos cães, para que o beijem eternamente. 

Acredito num corpo que não acredita em mim, e é por isso que o procuro todos os dias.Este workshop surge como um playground a partir das pesquisas e métodos de criação do coreógrafo, propondo uma perspetiva elástica do que é o impossível e de como o alcançamos. Assumindo a vontade como potência, procura-se continuar a pesquisa do criador entre o individual e o coletivo, o íntimo como revolução necessária e constante.